S. Francisco poderá ser elefante branco

Para a viabilidade econômica do Projeto São Francisco de Integração de Bacias – daqui em diante denominado pela sua sigla oficial PISF – só há uma alternativa: “Ou ele é transferido para a gestão privada ou, em menos de dois anos, virará mais um caríssimo elefante branco”. Esta é a opinião de um engenheiro especializado em eletroeletrônica, cuja empresa - aqui protegida pelo anonimato, também concedido ao seu dono – tem pronto um projeto detalhado de gestão do PISF para ser entregue ao Ministério do Desenvolvimento Regional no minuto seguinte ao anúncio do certame (se certame houver) para a celebração de uma Parceria Público Privada destinada ao gerenciamento do maior empreendimento na área de recursos hídricos já executado pelo governo federal na região Nordeste. 

A mesma fonte é clara e direta quando fala sobre ele: “O custo anual de operação e manutenção do PISF será de R$ 500 milhões, três quartos dos quais (R$ 375 milhões) só de energia elétrica”. E acrescenta um dado surpreendente: “Só a terceira Estação de Bombeamento do Canal Norte, que traz as águas do rio São Francisco para o Ceará, localizada em Salgueiro (PE), quando estiver pronta com suas três motobombas em funcionamento (por hora, há só uma instalada e em operação), consumirá mais energia do que as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, juntas”. 

A instalação de parques de geração solar não resolveria? E o engenheiro: “Seria necessária a construção de uma subestação a cada 50 km para a distribuição da energia gerada”. O engenheiro, que conhece cada palmo do chão por que passam os canais do PISF e “as patologias do projeto” (há defeitos de infiltração e de drenagem a serem consertados urgentemente), resume assim a questão, que é complexa: “O governo federal já investiu o que podia na implantação dos canais dos eixos Leste (com seis motobombas de pequeno porte) e Norte (com três de grande porte). Daqui para a frente, o custo de operação e manutenção do PISF será dos governos estaduais beneficiados (Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco), que também não têm nem terão dinheiro para bancá-lo. Então, será a iniciativa privada, por meio de uma PPP ou por outro modelo de concorrência pública, que terá de ser chamada para logo investir seus recursos na correção dos defeitos existentes e para assegurar a operação e a sobrevivência do PISF”. Simples assim!

Logo surge a persistente pergunta, ainda sem resposta até agora: quanto custará a água do PISF ao consumidor final, pessoa física e jurídica, da cidade e do campo? O engenheiro remeteu a coluna a um estudo patrocinado pelo BNDES, que estimou esse preço em torno de R$ 1 por metro cúbico. Não é caro? “Caro é o preço da água inexistente”, concluiu ele,

Alô, Dnocs! Se aceitar o desafio do ministro Rogério Marinho de trocar casebres de taipa - domicílio do inseto que causa a Doença de Chagas - por boas casas de alvenaria, a empresa Gram Eollic, do cearense Fernando Ximenes, oferece tecnologia própria, que constrói em só 3 horas casas com módulos térmicos acústicos. Que tal? 

No legislativo do Estado da Paraíba, foi aprovado um projeto de lei proibindo a inseminação artificial de vacas. Acredite! Mas lá os pecuaristas unidos fizeram pressão sobre os deputados, que revogaram a decisão. Há governos que divulgam tecnologia 4.0, mas permitem que se aprovem projetos da linha 0.4. Oh!!!
 

 



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