Para o economista Lauro Chaves Neto, professor da Uece, doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona e consultor em finanças e estratégias da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), "o combate aos impactos da pandemia do novo coronavírus, tanto na saúde pública quanto na economia, deverá custar entre R$ 600 bilhões a R$ 1 trilhão".
Isso multiplicará por sete ou oito vezes o déficit do Orçamento Geral da União (OGU) deste ano.
Diante de uma situação fiscal que era de recuperação, esse rombo terá de ser financiado, o que exigirá uma decisão estratégica ainda não conhecida.
"A pior alternativa será a emissão massiva de moeda; a segunda pior será uma elevação da carga tributária ou a criação de novos impostos, como a CPMF. Restará o aumento do endividamento público com a tentativa de alongamento dos prazos (de vencimento dos títulos) e a redução de suas taxas de juros de forma coerente com os patamares já reduzidos da Selic", explica ele..
É, como se observa, uma sinuca de bico, para cuja saída o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe terão de usar de engenho e arte.
Há uma certeza: a conta será paga por todos os brasileiros, como sempre.
Fechando
Neste grave momento de pandemia do novo coronavírus, salvar vidas é a primeira, a segunda e a terceira prioridades.
Suas consequências econômicas serão enfrentadas e resolvidas depois que passar a crise.
Diante disso, foi prorrogado até o próximo dia 20, no Ceará, o isolamento social - todo mundo em casa.
Assim, sem ninguém nas ruas para consumir, a não ser alimentos e produtos de limpeza e higiene, uma grande rede cearense de relojoarias, sem outra alternativa, fechou 10 de suas lojas e dispensou 100 dos seus funcionários.
CURTUME
Há empresários que não conhecem as decisões do governo.
Reparem: um dos secretários do governador Camilo Santana foi procurado pelo diretor de uma empresa que produz e exporta couros de alta qualidade para a Europa e Estados Unidos.
Ele pediu autorização para que seu curtume retomasse a produção.
O secretário lhe disse:
"Mas o setor de exportação, no qual a sua empresa está incluída, está liberado para continuar produzindo".
Visivelmente surpreso,o curtidor abriu umlargo sorriso e agradeceu ao secretário pela boa notícia..
POTENTE
Há nervosismo no Governo, na política, na sociedade, nas famílias.
O coronavírus é mais potente do que se imaginava.
EMERGENCIAL
Titular do Ministério do Desenvolvimento Regional, o potiguar Rogério Marinho lançou ontem o FNE Emergencial.
A nova linha de crédito de socorro aos nordestinas, será operado exclusivamente pelo BNB.
Com R$ 3 bilhões.
Serão beneficiadas pessoas físicas e jurídicas.
Poderão ser financiadas despesas de custeio, incluindo salários, e manutenção e formação de estoques.
Boa notícia!
VIDA DIFÍCIL
Como está a sua vida sem a renda diária do seu trabalho?
Foi a pergunta desta coluna a uma podóloga e a um cabeleireiro de Fortaleza.
"Atendo a quem vem à minha casa", foi a resposta dos dois, que trabalham em endereços diferentes.
Eles adiantaram um importante detalhe: a renda que apuram nesta emergência "não é, nem será suficiente para, no fim do mês, pagar o aluguel".