Para economista Alcântara Macedo, é um erro proibir a produção industrial

Segundo ele, a receita conjuntural da crise está pronta: recessão, com sérios desdobramentos na formação de poupança bruta da economia. “l

“Caminhamos para um suicídio coletivo!”. É assim que o economista e consultor Alcântara Macedo analisa as últimas medidas anunciadas por governos estaduais para o combate à pandemia do coronavírus.

Entre essas medidas, está a proibição de funcionamento da indústria.

“Estamos desativando a produção e acelerando parte do consumo. Um desastre anunciado com imensuráveis consequências políticas, sociais e econômicas”, adverte ele.

Na opinião de Alcântara Macêdo, "estamos vivendo tempos de guerra, e a estratégia correta é aumentar a produção de combate e de resistência”.

Ele explica: “Selecionar quem vai para o front, o queproduzir, como produzir e para quem produzir para minimizar as perdas que começamos a registrar. Ainda não temos e nem sabemos a dimensão dos prejuízos, mas certamente precisaremos de um novo Plano Marshall internacional. E não sabemos de onde virá a liderança e o comado. Mas haverá necessidade coletividade uma grande dose de abnegação e compreensão, sobretudo de compromisso com as futuras gerações”.

Alcântara Macêdo prossegue em sua análise:

“Com o freio do sistema produtivo e a escassez de produtos, considerando a liberação de recursos como meios de pagamentos - fato anunciado e necessário, mas um paliativo – está armado o gatilho: pressão da procura agregada implica inflação de demanda. Por outro lado, a falta de arrecadação e o aumento do déficit público, consequentemente, a inflação de custos também se instalará”.

E acentua o consultor cearense:

“A receita conjuntural da crise está pronta: recessão, com sérios desdobramentos na formação de poupança bruta da economia. O governo poupará zero, as famílias e as empresas diminuirão sua capacidade de poupar, o que implicará um menor volume de investimentos, de empregos e de crescimento econômico”.

Alcântara Macêdo conclui assim sua observação:

“Esta crise não é fabricação nacional, o governo atual tem feito, até antes da crise, a lição de casa, mas agora precisa acordar e não fechar as células produtivas do setor industrial, do setor primário eo setor de serviço. A estratégia é preservar  os doentes, os velhos. O resto todos são soldados, têm de marchar, ir para o front, pois está em jogo o presente e o futuro da nossa Pátria”.