Pandemia do coronavírus não derruba exportação de banana do Ceará

Até agora, as vendas para o mercado externo da banana nanica, produzida pela empresa Nordeste Vegetais na Chapada do Apodi seguem normais.

Fruticultores cearenses - que produzem e exportam para o mercado externo - ainda não têm queixas de redução do consumo nem no Brasil nem além de suas fronteiras.

O agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedet), conversou, nos últimos dias, com empresários da fruticultora.

De Edson Brok - sócio e diretor da Nordeste Vegetais, que produz banana na Chapada do Apodi - colheu a notícia de que, por enquanto, está “exportando normalmente para a Europa”, mas não pode prever, ainda, como o mercado europeu, que consome sua banana nanica, estará posicionado depois da pandemia do novo coronavírus, daqui a 60 ou 90 dias.

Por sua vez, Luís Roberto Barcelos, sócio e diretor da Agrícola Famosa, antecipou ao secretário da Sedet que, por causa da crise pandêmica, suas exportações de melão poderão ser reduzidas, mas isso só será avaliado depois que os importadores europeus - do Reino Unido, especialmente - avaliarem as perspectivas do mercado.

O plantio da nova safra do melão começará em meados do próximo mês de maio.

A colheita será iniciada em agosto, no fim do qual começarão as exportações. 

Mas o futuro próximo não está azul para a floricultura.

Por causa do coronavírus - que suspendeu as atividades econômicas em todo o País, entre as quais a de grandes eventos (casamentos, aniversários, shows musicais, congressos, seminários) - a produção de flores, inclusive no Ceará, reduziu-se a praticamente nada.

Sem ter a quem vender, os grandes produtores colhem e, literalmente, esmagam hoje suas flores - é o que acontece nas faxendas de produção na Serra da Ibiapaba.

“É um fato doloroso”, comentou Sílvio Carlos Ribeiro.

Ele ainda revelou  que a carcinicultura, por causa da proibição de funcionamento dos restaurantes, enfrenta problema também.

“Mas os criadores cearenses de camarão estão usando a criatividade, vendendo e entregando seu produto por meio do 'delivery' na residência de quem o encomenda”, informou ele.

MAIS LEITE

Os anos de 2018 e 2019 não foram de boas chuvas no Ceará, mas as águas que caíram mantiveram em curva crescente a pecuária leiteira do Estado. 

Em 2018, foram produzidos - e processados pela indústria - 705 milhões de litros de leite.

Em 2019, essa produção aumentou 15,9%, para a marca de 817 milhões de litros. Fonte: Sedet.

A propósito: a cearense Betânia Lácteos, empresa líder do setor na região Nordeste, cujo CEO e sócio é o jovem empresário Bruno Girão, doou nesta semana 250 mil litros de leite para famílias pobres localizadas nos municípios do entorno de suas fábricas no Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia.

DE FORA

Está decidido: a FCDL – que reúne as 88 Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará - ficará mesmo fora do Grupo de Trabalho que proporá as condições para a retomada da atividade econômica no Estado.

Seu presidente, Freitas Cordeiro, disse à coluna que, mesmo assim, encaminhará ao Governo do Estado as propostas de sua entidade.

DESUNIÃO

Até nas redes sociais a pandemia do coronavírus foi transformada num triste debate político-ideológico entre esquerda e direita.

Uma discussão sobre o uso da hidroxicloroquina, que foi administrada ao famoso médico paulista. David Uip e ao jornalista cearense Luís Sérgio Santos e sua mulher Isabela Martan, vítimas da Covid-19, foi levada para esse ringue.

Na hora de uma união por todos, há desunião! 

Lamentável.

DEMITIDO

Ontem, à noite, em edição extra, o Diário Oficial da União (DOU) publico decreto do presidente Jair Bolsonaro, demitindo o delegado Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Era homem da mais absoluta confiança do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que poderá deixar o cargo se não lhe for dada a tarefa de indicar o substituto de Valeixo.

Corre em Brsília a informação de que a cabeça de Valeixo foi pedida pelos partidos do Centrão, com os quais Bolsonaro negocia para a ampliação de sua base política no Congresso Nacional.

Bolsonaro cada vez mais fica distantedo discurso que o elegeu, que prometia o fim da velha política. 

O Centrão é a velha política pronta, acabada e, ao que parece, mais viva do que nunca.