Pandemia: a indústria cearense protege-se contra os protestos de títulos

São dezenas de pequenas e médias empresas que deixaram de produzir, de comercializar e de faturar. A Justiça determinou que, enquanto durar a emergência sanitária, os cartórios não podem fazer protesto de títulos contra elas.

Invisível como a do coronavírus, cresce e avança Brasil adentro - o Ceará no meio - a pandemia que está matando, sem o registro da mídia, empresas e empregos.

Tentando evitar que essa letalidade alcance taxas ainda maiores do que as já registradas, o Sindicato da Indústria de Confecções do Ceará correu à Justiça, da qual obteve uma decisão liminar mandando suspender todos os protestos de títulos contra as empresas associadas àquela entidade.

Ora, desde o dia 20 de março, a indústria cearense de confecções está proibida de funcionar.

São dezenas de pequenas e médias empresas que deixaram, pois, de produzir, de comercializar e de faturar.

O juiz Maurício Fernandes Gomes, da 35ª Vara Cível, atendendo ao apelo do Sindconfecções, encaminhado por meio do escritório Albuquerque Viana Advogados, determinou que não somente os tabelionatos, mas também os órgãos de proteção ao consumidor "se abstenham de levar a registro as solicitações de novos protestos e novas negativações até 90 dias após o retorno das atividades econômicas determinadas pelo Estado do Ceará".

A sentença do magistrado abre caminho para providência semelhante de outros sindicatos da indústria, cujas empresas também estão impedidas de operar.

As que sobreviverem a esta emergência sanitária - e, pelo que se vê e ouve, serão poucas - ainda terão de buscar o respirador mecânico do crédito, cujas taxas de juros, apesar de todo o discurso do Banco Central, são ainda escorchantes.

MUDANÇA

Severino Ramalho Neto, dono da rede Mercadinhos São Luiz, disse à coluna, em tom premonitório:

"Não sabemos quanto tempo durará esta pandemia, mas já temos a certeza de que os hábitos do consumidor estão mudando em alta velocidade".

Neto disse mais:

"Todo dia nós, do varejo, aprendemos algo novo. É um verdadeiro curso de reciclagem para os supermercados e para os seus clientes, um curso que ainda está no começo".

IRRIGAÇÃO

Para o empresário pecuarista Luís Girão, fundador da Betânia Lácteos e um dos três maiores produtores de leite do Ceará ( os outros dois são o Grupo Edson Queiroz e a Cialne) - a agricultura irrigada terá "um ano de ouro" neste 2020.

Por quê? - owrguntou a coluna.

Girão respondeu:

"O Orós e o Castanhão acumulam 1,5 bilhão de m³ de água, o suficiente para manter a atividade agropecuária no Baixo Jaguaribe durante os próximos dois anos".

Lá, na Chapada do Apodi, na sua fazenda Flor da Serra, Luís Girão produz leite, mas cultiva, colhe e guarda - em silos subterrâneos - sorgo, capim, palma e outros volumosos que alimentam o seu selecionado rebanho.

TECONOLOGIA

Informa a operadora Oi:

Sua empresa Oi Soluções está oferecendo serviços profissionais de infraestrutura de telecom, automação do processo de negócio, centro de controle de serviços, gestão de ambientes e operação de data centers.

Além disso, tem, ainda, uma fábrica de software para seus clientes do exigente mercado corporativo.

SEM EDUCAÇÃO

Se for verdade o que está sendo revelado sobre a reunião do ministério, que, entre outros temas, tratou das divergência de Bolsonaro com Sérgio Moro, estaremos diante de uma falta total de educação doméstica das altas autoridades do Governo - as quais usaram palavrões para adjetivar ministros do Supremo Tribunal Federal.