Pacote de Paulo Guedes terá lobby contrário do funcionalismo

Entre o sonho do ministro e a realidade há um abismo. Para começar, o funcionalismo público tem um lobby poderoso, principalmente dentro do Congresso Nacional.  

Terça-feira, 5, o ministro da Economia, Paulo Gurdes, entregará aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre, um pacote de medidas que pretendem reformar o Estado brasileiro. 

Essas medidas envolvem desde uma mudança radical na contratação de novos servidores públicos, que perderão a estabilidade garantida para os atuais funcionários, até uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reformulará os mais de 250 fundos públicos, que hoje guardam uma montanha de dinheiro da ordem de quase R$ 300 bilhões. 

O que deseja o ministro Paulo Guedes é o sonho de quem trabalha e produz no Brasil: um Estado enxuto, menor do que o de hoje, com quase nenhuma intervenção na economia. Algo difícl, muito difícil de ser aprovado pelo Legislativo. 

No meio do pacote de reformas estará a proposta de privatização e concessão das empresas estatais que puderem ser transferidas para a livre iniciativa.  

Entre o sonho do ministro e a realidade há um abismo. Para começar, o funcionalismo público tem um lobby poderoso, principalmente dentro do Congresso Nacional.  

Mesmo o argumento de Paulo Guedes de que a mudança na estrutura administrativa não atingirá os atuais servidores, que continuarão mantendo, por dever adquirido, seus privilégios e vantagens, será complicado – para dizer o mínimo - convencer deputados e senadores a votar a favor das restrições. 

O fim da estabilidade do servidor público sempre foi uma bandeira vista com maus olhos no Parlamento nacional.  

O pacote de reformas ainda está sob análise do Palácio do Planalto e das assessorias das presidências da Câmara e do Senado. 

Assim, será melhor aguardar a divulgação do seu conteúdo para uma melhor apreciação. Mas é louvável a atitude do ministro Paulo Guedes de propor as novas reformas, pois o Estado brasileiro é hoje um mastodonte que custa caríssimo, além de ser ineficiente.