Operação do São Francisco: MDR e governadores chegam a pré-acordo

Mediados pela Advocacia-Geral da União, o Ministério do Desenvolvimento Regional e os governadores do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco decidiram repartir os custos de operação e manutenção do Projeto S. Francisco

Uma mediação da Advocacia-Geral da União (AGU), concluída recentemente, permitiu um pré-acordo dos governos do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para a divisão dos custos de operação e manutenção do Projeto São Francisco de Integração de Bacias. 

Uma fonte do governo cearense, outra do setor agropecuária e mais uma do MDR revelaram nesta segunda-feira, 8, que o acordo deverá ser celebrado proximamente – sem data ainda definida – pelas partes envolvidas.

Os detalhes do acordo sóserão conhecidos no dia de sua assinatura, que deverá ser em um eventosolene, em Brasília.

Duas das três fontes adiantaram, também, que o ministro Rogério Marinho, titular do MDR, já determinou, para os primeiros dias do próximo mês de março, a volta do bombeamento da água do São Francisco para o lado cearense do Canal Norte do Projeto.

Desde outubro, essa água está sendo 100% desviada, na barragem de Jati, no extremo Sul cearense, para o vizinho estado da Paraíba, onde enche os açudes construídos pelo MDR na estrutura do Projeto São Francisco.

Uma fonte da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará (SRH) informou que, como o índice de chuvas deste ano está abaixo da média histórica, será “extremamente necessário, até mesmo indispensável”, que a volta do bombeamento das águas do rio São Francisco para o lado cearense do Canal Norte seja feita “o mais rapidamente possível”.

É essa água que garantirá um pouco de recarga do açude Castanhão, responsável por grande parte do abastecimento da cidade de Fortaleza e de sua Região Metropolitana. 

A preocupação da SRH faz sentido, tendo em vista a longa e demorada viagem das águas (são quase 300 quilômetros que separam a barragem de Jati até o açude Castanhão, percurso a ser vencido em, no mínimo, cinco meses).

A notícia do pré-acordo do MDR com os governos cearense, potiguar, paraibano e pernambucano deixou alegres os empresários da agropecuária do Ceará, que não escondem, também, sua ansiedade diante das previsões da Funceme, para cujos técnicos a estação de chuvas deste 2021 tem 50% de chance de ser abaixo da média, 40% de ser na média e só 10% de ser acima da média.



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