O Plano Nacional de Desenvolvimento do presidenciável Ciro Gomes

Nas 271 páginas do seu novo livro "Projeto Nacional: o Dever da Esperança", o ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional leva o leitor a mergulhar na história recente do Brasil, focando na política e na economia.

Interessante e instigante é o livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança”, de Ciro Gomes, que, com 63 anos na vida política, tendo sido deputado estadual, deputado federal, prefeito, governador, ministro da Fazenda e da Integração Nacional, com altos índices de aprovação popular e sem qualquer malfeito gerencial, tenta, mais uma vez, tornar realidade o sonho de chegar à Presidência da República. 

Em 271 páginas, o livro leva o leitor a um mergulho na recente história brasileira, com foco na política e na economia, e na geopolítica. 

No prefácio do pensador Mangabeira Unger, está escrito: “De todos os meios que escasseiam para mudar a sociedade, o mais escasso são as ideias”. 

Ciro as tem e as expõe no que pode ser chamado de Plano Nacional de Desenvolvimento, capaz de tirar o Brasil “dos destroços do corporativismo varguista”, como escreve Unger (foi Vargas quem, copiando a “Carta del Lavoro”, de Mussolini, implantou a CLT). 

De acordo com Ciro Gomes, a globalização é uma ideologia de quinta categoria vendida como ciência, que impôs ao mundo subdesenvolvido – o Brasil no meio – algumas condições de produzir e trabalhar: juros muito baixos, ponta tecnológica e produção em escala. 

Os tigres asiáticos, liderados pela China do inovador Deng Xiaoping, que comandou o país de 1978 a 1992, perceberam isso com antecedência. 

Os chineses foram além: mantiveram o centralismo político e abriram sua economia para o mundo, e o resultado está aí – eles são a segunda maior potência mundial, caminhando para o posto mais alto do pódio. 

Ciro elogia Getúlio Vargas, que plantou o alicerce da indústria nacional, e Juscelino Kubitschek, que fez 50 anos em 5, e até os governos militares, que ampliaram a presença do Estado na economia. Mas castiga a gestão de FHC (“deixou-se corromper pelo interesse do rentismo”), sendo suave com as de Lula, Dilma, Temer e, acredite, com a de Bolsonaro, pelo menos no livro. 

O Brasil, hoje, já tem juros baixos na Selic (mas ainda muito altos para as empresas), tecnologia (a Embraer é um exemplo) e escala (o melhor modelo é o tecnologicamente avançado agronegócio).

Ciro assegura que não se pode “adotar a impostura do quanto pior, melhor”, e aí ele contradiz a posição que o seu partido tem assumido no Congresso Nacional.

Mesmo diante do agravamento das contas públicas causada pelo aumento dos gastos para o combate à Convid-19, o PDT votou a favor do aumento de vencimentos dos servidores públicos, virando as costas para o trabalhador da iniciativa privada, punido com demissão ou redução do seu salário. 

O melhor do livro são as propostas do seu autor, e algumas delas são as seguintes: 

Uma nova reforma da Previdência, sustentada em três pilares: renda mínima, sistema de repartição e capitalização; 

Uma reforma Tributária, que mexerá no Imposto de Renda e criará o IVA, a Cofisp (Contribuição para o Financiamento da Previdência), o Imposto sobre a propriedade, manterá o IOF, o Imposto sobre Importação, o Imposto sobre Exportação e as taxas federais, estaduais e municipais. 

Há boas ideias para as reformas da Saúde, Política, Segurança Pública, Ciência e Tecnologia, Educação e Cultura e das Relações Exteriores, mas não cabem neste curto espaço.
 
E a dívida pública? 

Ciro manda, corajosamente, um recado aos portadores dos seus títulos – o sistema financeiro, principalmente: 

“Sem dar margem a aventuras, temos que obedecer à ordem constitucional, ainda não cumprida, de promover uma auditoria da dívida pública”, ele adverte, citando o Artigo 26 das Disposições Transitórias da Constituição. 

Este colunista pode assegurar que este é o tema que dificulta a relação de Ciro com a banca e o seu entorno – a grande mídia no meio.

Para alcançar os objetivos acima, Ciro -- se eleito -- terá de entender-se com os russos da Câmara dos Deputados e do Senado, cujo apoio custa caríssimo (é só perguntar a FHC, Lula, Dilma, Temer e ao atual presidente Bolsonaro).

ACELERANDO

Na opinião do empresário cearense Cristiano Maia, maior carcinicultor do País e, também, industrial que produz ração para animais, “a economia começa a acelerar”. 

Maia informa que sua fábrica Samaria – que produz, no Distrito Industrial de Maracanaú, ração para camarão, equinos, aves e peixes – já chegou à marca de três mil toneladas mensais. 

Toda essa produção é comercializada no Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão e Pará. 

“Estamos há mais de um mês operando nos três turnos”, ele revela.

VITARELLA

Festa na cearense M. Dias Branco, líder nacional do mercado de massas e biscoitos! 

Sua marca de Cream Cracker Vitarella é a mais consumida do Pais, com participação de 15,9% no mercado, segundo a Nielsen.

A marca pernambucana – em processo de nacionalização – foi adquirida em 2008 por M. Dias Branco.

DENÚNCIAS

Começam a surgir denúncias de fraude na gestão e distribuição dos recursos do bilionário Fundo Partidário, uma excrescência que a má política e os maus políticos, no Congresso Nacional, transformaram em Lei. 

De dois em dois anos, os jagodes dos grandes partidos aproveitam as eleições para apropriar-se do dinheiro público. 

Não adianta Lava Jato.

DEPENDÊNCIA

Independência? Neste dia 7 de setembro, escancara-se a completa dependência do Estado brasileiro às corporações. 

É só prestar atenção na proposta da Reforma Administrativa, que, na partida, garante os privilégios para os atuais servidores ocupantes do andar de cima.

E, pelos conchvos em curso, assegurará os mesmos benefícios para os futuros membros do Judiciário e do Ministério Público.
 
ENFIM, FÉRIAS

Atenção, este colunista e esta coluna, juntos, entrarão amanhã em gozo de justos, merecidos e oportunos 30 dias de férias. 
Ambos estão certos de que, ao longo dos últimos 365 dias, cumpriram fielmente seu mister, o de transmitir a melhor 
informação aos seus leitores. 

Até a volta!!



Assuntos Relacionados