No Ceará seco, o milagre da tecnologia faz dobrar a produção de leite

Todas as fazendas da pecuária cearense têm pelo menos um silo para guardar volumosos, principalmente o sorgo, o capim e o pasto nativo, revela o consultor em pecuária Raimundo Reis..

De 2010 para cá, os pecuaristas do Ceará tomaram várias providências que - mesmo enfrentando seis anos de seca - dobraram a produção leiteira do Estado, que saiu de 444,1 milhões de litros/ano para 817,7 milhões de litros/ano registrados no ano passado.

É pouco? Tem mais. 

Dentro de cinco anos essa produção dobrará de novo, chegando aos 1,6 bilhão de litros/ano, se a área cultivada de palma forrageira saltar dos atuais 4 mil hectares para 10 mil hectares.

Quem o prevê é Raimundo Reis, o mais requisitado consultor em pecuária do Ceará e do Nordeste.

Além da biotecnologia que melhorou a linhagem do rebanho, Reis cita, para reforçar sua aposta, um detalhe:

Hoje, praticamente, todas as fazendas da pecuária cearense têm pelo menos um silo para guardar volumosos, principalmente o sorgo, o capim e o pasto nativo.

Mas este é só um detalhe.

Há vários outros, também importantes, como a profissionalização do setor, responsável pelo seu salto qualitativo.

O rebanho bovino cearense é estimado pelo IBGE em pouco mais de dois milhões de cabeças, das quais 600 mil são vacas em lactação, com produtividade duas vezes maior do que em 2010.

Para ressaltar o bom cenário da pecuária cearense, uma informação relevante:

Só a Betânia Lácteos, que lidera a indústria de lacticínios da região Nordeste, capta e beneficia, no Ceará, diariamente, 430 mil litros de leite.

Mensalmente, a Betânia deposita R$ 16,8 milhões na conta bancária dos seus fornecedores cearenses de leite - 90% dos quais são de pequeno porte.

FLOR & CAMARÃO

Como se previa, a pandemia segue destruindo empresas e empregos.

Na quarta-feira, a fazenda Lovely Red, que produzia flores em Tianguá, fechou e demitiu quase 200 trabalhadores.

Ontem, Cristiano Maia, maior criador de camarão do País, anunciou: sua fazenda Potiporã, no RN, reduziu a produção em 50%, desativou metade dos seus laboratórios e demitiu 400 pessoas, um terço do seu pessoal.

"Os restaurantes, que consomem o que produzimos, estão fechados há dois meses. Sem termos a quem vender, tivemos de reduzir custos", disse Cristiano Maia à coluna, quase chorando.

DESESPERO

De um empresário que integra o Grupo de Trabalho criado pelo governador Camilo Santana para elaborar proposta de reabertura das atividades econômicas no Ceará:

"Não tenho dúvida de que será prorrogado o isolamento social por mais duas semanas".

Ele acrescentou:

"Estamos entrando no pico da pandemia sanitária e mergulhando na epidemia do desespero das empresas e dos trabalhadores desempregados".

INCONFIÁVEL

Falando ontem por vídeo conferência para professores da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Ceará, empresário Beto Studart afirmou:

"Primeiro, nunca viu uma crise igual a esta. Segundo, tudo o que se tem dito sobre o que acontecerá depois desta pandemia virótica é pouco confiável"

Ele tem razão.

FECHOU!!

Lembram-se do Hotel Thermas, de Mossoró, aquele das piscinas de águas quentes?

Pois é, fechou.

É mais um que foi para o cemitério de empresas que morreram vitimadas pelo coronavírus.

MAU COSTUME

Será que o brasileiro nasce corrupto?

Reparem: o aplicativo da Caixa registrou 170 milhões de cadastros de pessoas interessadas em receber o auxílio emergencial de R$ 600.

Entre elas, 70 mil presidiários, milhares de aposentados e pensionistas e até menores de idade, todos eles sem direito ao benefício.

Devem ter imaginado: "Vai que dá..."