No Ceará, o que causa medo ao empresário é a insegurança jurídica

Pelo que esta coluna apurou, não se trata de medo do fisco, uma vez que quase a totalidade das empresas cumpre o que manda a extensa e complicada legislação tributária e trabalhista. Nem de medo da concorrência.

Uma coluna de jornal dedicada aos assuntos da economia é difícil de fazer. 

Em um estado cuja economia é ainda incipiente, com poucas fontes de informação na indústria, na agropecuária e no serviço -- o turismo incluído -- é mais difícil ainda de ser elaborada. 

As fontes são reduzidas; de tão poucas, elas se repetem. Mas esta não é a causa única. 

Por medo do fisco ou por outras temeridades, contam-se nos dedos de uma mão os que, no setor privado, divulgam o que estão a fazer. 

A maioria dos empresários do Ceará prefere manter-se no anonimato, sonegando da imprensa os fatos relevantes que dizem respeito ao crescimento de sua empresa na tecnologia, no mercado consumidor, no mercado de trabalho, no incremento de novos projetos e na descoberta de novos produtos. 

Diante dessa tradição - e é uma lamentável tradição - o colunista tem de redobrar seu trabalho, tentando garimpar e descobrir o que fazem e o que querem fazer as empresas em cada uma de suas respectivas áreas de atuação. 

Na indústria, são exceções - porque pouquíssimos - os que tornam públicos, pela imprensa, os seus projetos, os seus investimentos, as suas inovações. 

Na agropecuária, todavia, acontece o contrário:  as novidades - inclusive as de conquista de novos mercados internos e externos - são repartidas entre os do seu universo comum. 

O que eles, porém, nunca repartem -- e  será assim pelos séculos dos séculos -- é a relação com seus clientes nacionais e estrangeiros, pois este é o “pulo do gato”, como ensinam Carlo Porro, sócio e diretor comercial da Agrícola Famosa, e Caito Prado e Paulo Selbach, sócios e diretores da Itaueira Agropecuária, este último responsável pela produção de pimentões coloridos da empresa na Serra da Ibiapaba. 

Por que o empresário cearense divulga tão pouco o que faz sua empresa? 

Pelo que esta coluna apurou, não se trata de medo do fisco, uma vez que quase a totalidade das empresas cumpre o que manda a extensa e complicada legislação tributária e trabalhista. Nem de medo da concorrência.
 
"Não se trata nem de uma coisa, nem de outra: o que nos mete medo, no Ceará, é a   falta de segurança jurídica na cidade e no campo”, diz um grande agricultor.

INVASÃO

Na semana passada, uma área de 150 hectares do Distrito Irrigado Jaguaribe-Apodi (Dirja), na Chapada do Apodi, pertencente a um produtor gaúcho que nela produz alimentos, foi invadida por desconhecidos, que a ocupam desde então. 

O concessionário da gleba está recorrendo à Justiça, pedindo a reintegração de posse, mas já sabe que são reduzidas as chances de êxito, mesmo que lhe seja favorável a decisão judicial. 

Na área do Dirja, há um grave precedente: outra área, esta de 2 mil hectares, foi invadida há quatro anos, e permanece ocupada pelos invasores. 

Uma ordem de reintegração de posse, emitida pela a Justiça Federal (o Dirja é um projeto de irrigação administrado pelo Dnocs) até hoje não foi cumprida. 

FECHADOS

Fortaleza e as cidades de sua Região Metropolitana entram hoje na terceira fase do processo de reabertura das atividades econômicas, embargadas por causa do isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus. 

Houve uma desagradável surpresa: quando todos esperavam que bares e restaurantes abririam para o jantar (os últimos já abrem para o almoço, seguindo rígido protocolo), o decreto governamental manteve a proibição. 

Não foi apenas a Abrasel que protestou por meio de nota oficial contra a decisão; os músicos - cantores e instrumentistas - ficaram também furiosos, porque permanecerão por mais uma semana, ainda, sem o direito de exercer sua profissão nesses estabelecimentos, e sem ganhar o dinheiro com que sustentam sua família. 

Mas -- excetuando-se este e outros poucos casos -- a economia na RMF está quase plenamente em funcionamento. 

Faltam reabrir as escolas, as universidades e os templos católicos e evangélicos.

GASOLINA

Entre junho de 1029 e junho de 2020, preço da gasolina caiu 11% no Brasil. 

É o que aponta levantamento da ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas. 

A gasolina ficou mais barata, sobretudo, pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus no mundo, que diminuiu a circulação de veículos no Brasil. 

HIDROXICLOROQUINA

Há algo errado que precisa de uma explicação. 

O médico cearense Anastácio Queiroz, que por muitos anos dirigiu o Hospital São José – de doenças transmissíveis – é uma autoridade nacional na infectologia.
 
Ele tem dito e o repetiu ontem no programa Conversa com o Tom (Barros), na Rádio Verdes Mares, que, nos primeiros sintomas da Covid-19, a hidroxicloroquina, associada à azitromicina, é eficiente. 

O Hospital Regional da Unimed Fortaleza provou que isso é verdadeiro,pois adotou o protocolo. 

Em Floriano, no Piauí, os hospitais repetiram o mesmo tratamento, com êxito. 

Então, por que a dúvida? Será que politizaram mesmo a pandemia do coronavírus?

PELA INTERNET

Acredite: o Magazine Luiza – que, no e-commerce é só Magalu – vendeu pela internet, na manhã de sexta-feira, 3, e entregou ao meio-dia de sábado, 4, na casa do cliente, em Fortaleza, uma máquina de lavar roupa, adquirida, por meio de um celular, por um rofissional liberal.

Como tudo isso foi possível tão rapidamente? 

Fácil: a rede Magazine Luiza tem um Centro de Distribuição em Fortaleza. 

É por isto que suas vendas pela internet crescem em progressão geométrica.

A gigante Amazon está construindo um CD em Recife.



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