Na Chapada do Apodi, agricultor troca sorgo por semente de soja

Faz sentido a opção: a soja é a leguminosa mais consumida no mundo e seu preço é bem maior do que o do sorgo. No Apodi, planta-se semente de soja, cujo preço é ainda mais alto.

Agricultores de pequeno e médio portes, que em 2020, na Chapada do Apodi, no Leste do Ceará, plantaram sorgo e o ensilaram para vendê-lo no segundo semestre, estão, agora, a cultivar soja.

Faz sentido. A soja é, hoje, a mais consumida oleaginosa do mundo, razão por que seu preço disparou no mercado internacional.

Detalhe: o que os agricultores do Apodi estão cultivando agora não é grão, mas semente de soja – que agrega valor –, previamente vendida para produtores do Piauí e do Maranhão.

SÃO FRANCISCO

Durante todo o dia de ontem, passaram sobre a barragem do rio Salgado, bem defronte à cidade de Icó, no Centro-Sul do Ceará, 52 metros cúbicos de água por segundo.
 
Todo esse extraordinário volume está a descer na direção do rio Jaguaribe, onde o Salgado deságua e de onde ele toma a direção do açude Castanhão.

Especialistas da Cogerh explicaram a esta coluna que 44 m³/s dessa enxurrada são águas das chuvas que desabaram nos últimos dias sobre as cabeceiras do rio Salgado; os outros 8 m³/s são oriundos do rio São Francisco.
 
As mesmas fontes explicaram que se, no fim da atual e raquítica estação de chuvas, o Castanhão estiver acumulando 800 milhões de m³ de água, Fortaleza e sua Região Metropolitana estarão com seu abastecimento garantido até fevereiro do próximo ano. 

A atual temporada de chuvas tem sido como previu a Funceme – 50% de chance de ser abaixo da média histórica.
 
Aproxima-se a sexta-feira, 19, Dia de São José, que coincide com a passagem do equinócio (quando a noite e o dia têm a mesma duração), que se dá no dia 21.
 
Reza a tradição que é no equinócio que tem início, de fato, a estação de chuvas, que o sertanejo chama de inverno.

Mas é preciso, desde já, que os cearenses nos advirtamos para os difíceis e graves problemas que terão de ser solucionados até que, efetiva e definitivamente, o Projeto São Francisco de Integração de Bacias alcance e cumpra os objetivos para os quais foi criado: assegurar oferta hídrica às populações do semiárido nordestino.
 
Trata-se de uma obra pública e, como tal, cheia de interferência da política e dos políticos

CERTIFICADO

Festa na Itaueira Agropecuária, que obteve da Global GAP a certificação de boas práticas agrícolas no cultivo de pimentões coloridos em sua fazenda em São Benedito, na serra da Ibiapaba.

A Global GAP é uma certificadora com atuação mundial que criou referenciais voluntários aos quais se adequaram ou se adaptaram produtores, fornecedores e compradores de países dos cinco continentes.

Paulo Selbach, sócio da Itaueira e diretor de sua Divisão de Pimentões Coloridos, não esconde a alegria: 

“Tudo isso é resultado de dedicado trabalho e de muito investimento em tecnologia”, diz ele.

Os pimentões produzidos pela Itaueira estão nas gôndolas das grandes redes de supermercados do país.

SAÚDE BUCAL

Em dezembro do ano passado, o número de brasileiros com planos odontológicos ultrapassou a marca dos 27 milhões.

É o que informa a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O que tem feito crescer esse número é, entre outras coisas, a oferta de serviços modernos, como o do implante dentário, hoje algo que está ao alcance de quem tem esses planos de saúde bucal.

No Ceará, há várias operadoras de planos odontológicos que cabem em todos os gostos e em todos os bolsos.

FRATRICIDA

Quem no Brasil produz e trabalha está, hoje, muito preocupado com a situação do país, cujos líderes políticos seguem a esticar a corda da intolerância. 

Os extremos ideológicos radicalizaram suas posições sem respeitar pelo menos a estatística trágica da pandemia.
 
Pelas redes sociais, transformadas em “front” dessa guerra, militantes cibernéticos dos dois lados travam batalhas permanentes que desrespeitam os mínimos princípios da civilidade.
 
Os que poderiam jogar água nesse incêndio fratricida tentam apagar o fogo com a gasolina de suas palavras, de seus textos, de seus pareceres e de seus votos, contra ou a favor dos quais se promovem carreatas, passeatas, discursos, sermões e homilias.
 
Esse filme os brasileiros conhecemos: no fim dele, morrem a democracia e a liberdade. E surge a escuridão.

Não são as trevas que o brasileiro trabalhador deseja. Ele quer a luz para iluminar o seu e o futuro deste país rico por natureza, mas pobre de lideranças morais e intelectuais – pelo menos neste grave instante, elas não surgiram, ainda, talvez porque não existam mesmo, o que também é lamentável.

O país dividiu-se em duas correntes políticas: a direita e a esquerda. Mas há uma alternativa – o centro, que, infelizmente, ainda não apresentou seu líder, se é que ele existe.
 
(Por favor, não confundir com o Centrão, que não tem ideologia, pois está onde sempre esteve, ao lado do governo de plantão).

O combate à pandemia da Covid-19 transformou-se numa batalha dessa guerra política entre irmãos, que por enquanto, graças a Deus, se faz com o uso das armas verbais, e que assim permaneça até ela seja superada.

Aqui está um exemplo da politização da crise sanitária: desde domingo, esta coluna acompanha o drama de um jovem de 30 anos que, com sintomas da Covid-19, recebeu do seu médico a recomendação de permanecer em casa e de seguir, pelos próximos 14 dias, um protocolo, que inclui, também, a discrição sobre a lista dos medicamentos prescritos.

ARQUITETURA

Em parceria com a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), o Ministério do Desenvolvimento Regional lançou ontem o Concurso Nacional de Ideias em Arquitetura Energética em Habitação de Interesse Social.
 
O objetivo do concurso é reunir projetos arquitetônicos de habitações de interesse social que sejam inovadores, sustentáveis e reduzam o consumo de energia.

Serão escolhidas três propostas para o primeiro lugar. Cada uma delas receberá R$ 20 mil de prêmio e seus autores assinarão contrato de R$ 113,3 mil com a GIZ para a implantação dos projetos em terrenos cedidos pela Associação Brasileira de Cohab (ABC).
 
Outros três projetos também serão selecionados e receberão R$ 20 mil.

As inscrições para o concurso serão abertas nesta terça-feira e prosseguirão até o dia 26 de abril. Boa ideia.

TROCA-TROCA

Sai um general, entra um cardiologista no comando do Ministério da Saúde. É a quarta mudança em dois anos.

Ao trocar o general Eduardo Pazuello pelo médico paraibano Marcelo Queiroga, o presidente Bolsonaro dá sinal de que se rendeu à pressão do Centrão – um consórcio de partidos políticos que lhe dá apoio no Parlamento.

Há registros de declarações recentes de Queiroga contra o uso da Hidroxycloroquina e do tratamento precoce nos pacientes acometidos pela Covid-19.
 
O presidente Bolsonaro e muitos médicos, inclusive cearenses, entre eles o infectologista Anastácio Queiroz, são a favor.

Pelo andar da carruagem, o combate à pandemia do coronavírus seguirá politizado, pois tudo o que o novo ministro da Saúde disser ou fizer – ou deixar de dizer ou fazer – ganhará manchetes contra o governo, e isto é do jogo (sujo) da disputa pelo poder – a eleição só se dará em outubro de 2022.

Ontem, coincidentemente, o Brasil – e o Ceará, também – viveu um dos piores dias desde o início desta pandemia.

Nos Hospital da Unimed em Fortaleza, registrou-se o que ainda não se registrada: superlotação nas suas UTIs.

Fortaleza está há mais de uma semana sob isolamento social rígido.  

MERCADOS

Otimismo nos mercados mundiais: as bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira e as europeias seguem, na manhã de hoje, pelo mesmo caminho positivo.

As bolsas de NY, que ontem fecharam em boa alta, mantêm a tendência hoje.

Os investidores estão atentos à reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, que começa hoje e terminará amanhã, quando poderão ser anunciadas algumas medidas que possam, entre outras coisas, conter a subida dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano, que ontem tiveram nova alta.

No Brasil, começa hoje a reunião do Copom, do Banco Central, que amanhã anunciará, muito provavelmente, o primeiro aumento da taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 2% ao ano.

A aposta é de que o Copom eleve essa taxa em 0,25%, para 2,25%, havendo quem arrisque a previsão de que a alta poderá chegar a 0,50%, para 2,50%, como maneira de dar um freio à inflação, que parece fora de controle. 



Assuntos Relacionados