Opinião
Hidrogênio Verde: o Ceará que só os estrangeiros conhecem
Empresas australianas interessadas em investir no Ceará conhecem os defeitos, porém sabem mais sobre as virtudes da infraestrutura cearense. E mais: 1) Governo paga empreiteiras em dia; 2) Eletrobras: MP aprovada é um monstrengo
Um grupo de 18 empresários da indústria e da agropecuária impressionou-se com o que ouviu ontem, presencialmente, sobre o projeto do Hidrogênio Verde, que o Governo do Estado, em parceria com a Fiec e a UFC, está apresentando, com sucesso, a empresas nacionais e internacionais, duas das quais – ambas australianas – já celebraram um Memorando de Entendimento.
Uma delas, a Energix Energy, anunciou que investirá US$ 5,4 bilhões no seu empreendimento de Hidrogênio Verde a ser localizado no Complexo do Pecém.
Roseane Medeiros, secretária Executiva da Indústria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sedet), que expôs o projeto, foi tão convincente na sua apresentação, que um dos presentes, ao listar alguns obstáculos que poderiam dificultar o interesse dos investidores – como a burocracia dos organismos de licenciamento ambiental e a incerteza da oferta hídrica – foi interrompido pelos demais com os seguintes argumentos:
“Os estrangeiros conhecem um Ceará que nós, cearenses, não conhecemos. Eles já conhecem essas dificuldades, mas também sabem que a água de que precisarão para produzir o Hidrogênio Verde virá da dessalinização da água do mar do Pecém e a energia, dos parques de geração eólica ‘offshore’ que serão instalados na mesma área.
“Eles sabem, ainda e principalmente, que há, aqui, um porto de águas profundas que está equidistante da Europa e dos EUA. E sabem, ainda, que o Porto do Roterdã, pelo qual entrará no continente europeu o Hidrogênio Verde a ser produzido no mundo, é sócio da CIPP S/A, que administra o Complexo do Pecém e a ZPE do Ceará”.
Nessa mesma toada e agregando algo interessante, falou Luiz Roberto Barcelos, sócio e diretor da Agrícola Famosa e coordenador da Câmara do Agronegócio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na opinião de quem o Ceará terá, em curto espaço de tempo, novos grandes negócios. Barcelos disse:
“A produção do Hidrogênio Verde será um novo negócio; a produção e a comercialização do oxigênio que surgirá desse processo industrial será outro negócio; e a geração de energia eólica ‘offshore’ será outro.
Carlos Prado, vice-presidente da Fiec e fundador da Itaueira Agropecuária e da Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag), recordou e prognosticou:
“Em 1973, quando eu e minha família chegamos aqui, estava sendo inaugurado o primeiro linhão ligando a hidrelétrica de Paulo Afonso a Fortaleza, algo inimaginável. Hoje, há três linhões vindo de Paulo Afonso e um terceiro, trazendo energia de Tucuruí. E, agora, o Ceará, que antes era importador, virou exportador de energia. As plantas de Hidrogênio Verde dividirão a história da economia cearense em antes e depois delas”.
De acordo com o que apresentou Roseane Medeiros, o potencial do Ceará na área de geração de energias renováveis impressiona: 643 GW (gigawatts) em energia solar; 94 GW em energia eólica “onshore” e 1,.117 GW “offshore” (dentro do mar).
Três grandes empresas com projetos de geração eólica “offshore” já entraram com pedidos de licenciamento ambiental, incluindo a NeoEnergia, do grupo espanhol Iberdrola.
O projeto mais adiantado, no que tange ao licenciamento ambiental, é o da BI Energia.
Roseane Medeiros lamentou não poder adiantar mais detalhes sobre outros projetos, tendo em vista cláusulas de confidencialidade, mas revelou que o Governo do Ceará, por meio da Sedet, mantém negociação com a Associação Brasil-Árabe sobre o tema do Hidrogênio Verde.
Mas a própria palestrante advertiu que, embora tenha sido o primeiro a caminhar no sentido do Hidrogênio Verde, o Ceará enfrentará a concorrência de outros estados, que se mobilizam com o mesmo objetivo.
“Além do Complexo do Pecém, o Governo do Ceará tem vantagens competitivas relevantes, como a rigidez fiscal, o respeito aos contratos, o equilíbrio de suas contas e um povo criativo, trabalhador e facilmente adaptável aos novos desafios”, completou ela.
GOVERNO DO CEARÁ PAGANDO EM DIA
Cristiano Maia, cujo Grupo Samaria atua em diferentes áreas da atividade econômica, entre as quais a da construção rodoviária, faz uma revelação interessante.
“O Governo do Ceará está pagando rigorosamente em dia as faturas de suas empreiteiras, e isto é um forte sinal de que, apesar das dificuldades causadas pela pandemia da Covid-19, a economia estadual vai bem e a arrecadação do Tesouro é uma prova disso”, disse à coluna Cristiano Maia.
Ele aproveitou para comentar que, nesta época do ano, “tempo de estiagem, ou seja, de céu azul e muito sol”, as obras rodoviárias são aceleradas, o que não acontece durante a estação das chuvas, pois asfalto e água são incompatíveis.
Oi SOLUÇÕES TROCA DIRETOR DE VENDAS
Mudança na operadora Oi Soluções, que é provedora e integradora de soluções digitais para o mercado corporativo.
Seu novo diretor de vendas é Luís Ramos, que assume a posição para manter crescendo a empresa no setor de tecnologia e inovação, desenvolvendo novos serviços.
Ramos tem sólida experiência no setor de tecnologia, com passagem pela IBM, Tivit, Lumem e outras grandes operadoras de telecom, nas quais atuou, também, nas áreas de operações e pré-vendas.
ELETROBRAS: CÂMARA APROVA UM MONSTRENGO
Aconteceu o que se temia: a Câmara dos Deputados aprovou ontem a noite o monstrengo em que se transformou a Medida Provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras.
A matéria foi encaminhada à sanção do presidente da República, que – pensando em 2022 e no apoio do Centrão, autor das radicais transformações por que passou a MP no Congresso – não oporá vetos ao texto.
Vários “jabutis” (emendas acrescentadas à MP que nada têm a ver com o objetivo inicial da proposta) foram incluídos no texto original, desvirtuando-o a tão ponto que será necessária a intervenção, mais uma vez, do Supremo Tribunal Federal, que julgará se a MP é ou não inconstitucional.
Partidos de oposição recorrerão ao STF, questionando a constitucionalidade da MP e pedindo a anulação da votação.
E o STF, mantida a sua tendência antigovernista de agora, deverá considerar inconstitucional a matéria, inviabilizando a tentativa de privatização da Eletrobras.
O que mais chama a atenção da MP da Eletrobras são os “jabutis” que autorizam a instalação de usinas termelétricas a carvão mineral, altamente poluentes, e a gás natural, sendo estas em regiões onde, simplesmente, não há rede de gasodutos, o que indica que o objetivo é permitir a construção dessas gigantescas e extensas tubulações por empreiteiras ligadas aos partidos do Centrão, o que resultará em bilionários gastos que terão repercussão no bolso do consumidor de energia elétrica.
Está o país mergulhado, desde 2014, em uma profunda crise econômica e financeira, e, desde o início do ano passado, em outra também grave: a crise sanitária, causada pela Covid-19, mas isso parece não preocupar os deputados federais e senadores.
É lamentável que, em vez de aprovar leis adequadas ao desenvolvimento sustentável, preservando a natureza, os deputados federais e senadores o façam exatamente no sentido contrário, agravando as emissões de gases de efeito estufa, que é o que fazem as termelétricas a carvão mineral e a gás natural.
É difícil, muito difícil consertar o Brasil, cujo futuro próximo, pelo que se lê e ouve, está sendo pintado em cores escuras.
TRABALHADORES DE TELECOM PEDEM PRIORIDADE
Entidades e associações de empresas e de trabalhadores do setor de telecomunicações pediram ao ministério da Saúde e aos governos estaduais e prefeituras municipais a inclusão dos profissionais de telecom na lista de grupos prioritários para vacinação contra a Covid-19.
São 881 mil trabalhadores que atuaram e continuam atuando diariamente em serviços externos, na linha de frente para viabilizar conexão para cidadãos e também para garantir o acesso a serviços como bombeiros, polícia e emergência médica.
Desses trabalhadores, 825 mil trabalham na manutenção de rede, instalação e reparos, o que permite o funcionamento da rede de internet, de telefonia e de televisão por assinatura.
Eles também trabalham dentro de hospitais, com contato direto mensal com cerca de 30 milhões de brasileiros.
Outros 56 mil trabalhadores atuam com venda e atendimento, uma atividade presencial essencial para quem precisa recorrer ao atendimento físico para solucionar problemas.
PETROLEO PASSA DOS US$ 75 POR BARRIL
Bolsas de valores da Europa, que abriram em alta nesta terça-feira, operam em baixa agora.
E o preço do petróleo passou nesta manhã a marca de US$ 75 por barril, sendo cotado a US$ 75,25.