Guedes quer acabar com renúncia fiscal

Por diferentes motivos, boa parte dos quais de caráter político, o Governo da União abriu mão de uma receita tributária anual de R$ 350 bilhões. E já faz muito tempo. Agora, diante da gravíssima crise fiscal que ameaça desajustar ainda mais as deficitárias contas públicas e, de quebra, matricular o Tesouro Nacional na cartilha da inadimplência dos mercados do mundo, inviabilizando o financiamento da cinco vezes trilionária dívida brasileira, o Ministério da Economia, liderado pelo economista Paulo Guedes, quer rever essa política de renúncia fiscal. Esta coluna pode antecipar a última cena deste filme: o mocinho perderá o emprego, se insistir na ideia. Guedes tem na mão o ás de ouro que falta para o "Straight Flush". Para usá-lo, porém, terá de combinar com os russos do Congresso Nacional, coordenados pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre. Reduzir incentivos fiscais, neste momento, será comprar briga com as bancadas das regiões Norte (Zona Franca de Manaus) e Nordeste (Sudene). Tonificado pelas urnas, o Centrão, além de Maia e Alcolumbre, será mais uma fonte de dor de cabeça para o presidente Bolsonaro, que precisa, já, já, mostrar engenho e arte na tarefa de dar nó em pingo d'água. Pintam-se para a guerra de 2022 o DEM e o PSDB, que querem assumir o papel de inimigo do PT e do Psol e, também de Bolsonaro. O primeiro tem Luciano Huck, para o qual a grande mídia e o mercado financeiro voltam suas vistas, e a mídia fará a diferença, prestem atenção; os tucanos só têm João Dória, que, sem carisma, tenderá a morrer na praia. Democratas e tucanos dificilmente se juntarão a Bolsonaro, pois estão certos de que, com Huck ou Dória, chegarão ao segundo turno contra o candidato da esquerda. Esta, por sua vez, terá uma guerra fraticida, que dependerá de quem sair vivo dela - Lula, Boulos, Dino ou Ciro. E Bolsonaro? Bem, hoje, nem partido ele tem.

Itaueira

Festa na cearense Itaueira Agropecuária, cujo CEO, Tom Prado, e seus irmãos e sócios celebram o resultado do ranking do "Anuário Globo Rural". A Itaueira foi incluída, outra vez, pelo segundo ano consecutivo, na segunda posição entre as melhores empresas do setor de FL&V (Frutas, Legumes e Verduras) do País. Um detalhe importante chama a atenção na leitura dos resultados relativos à Itaueira , apresentados pela publicação: a alta rentabilidade do seu Patrimônio Líquido sobre a sua receita líquida, que alcançou 30,86%. A Itaueira produz melão, melancia, uva sem semente, pimentão colorido, sucos e mel de abelha e camarão no CE, PI e BA.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima avanço de 3% PIB do Agronegócio em 2021. De acordo com a entidade, 102,9 mil postos de trabalho foram gerados no setor, que deve fechar 2020 com crescimento de 9%. A previsão para 2021 é de equilíbrio da oferta e da demanda com maior produção.

Reservatórios com pouca água no Sul e também no Sudeste, o que reduz a geração de energia elétrica, levaram a Anatel a impor um aumento da conta de luz dos brasileiros neste dezembro e no próximo janeiro. Antes da eleição ninguém falava nisso. As previsões climáticas são desalentadoras, mas tudo deveria ter sido antecipado.