Fiec mobiliza empresários para ajudar Governo na luta contra o coronavírus

Até ontem à tarde, já haviam sido arrecadados mais de R$ 5 milhões, que serão usados para a compra de respidadores mecânicos, um dos importantes equipamentos usados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI)..

Quando passar – e ela passará mais cedo ou mais tarde - esta pandemia do coronavírus terá deixado bons exemplos. O da solidariedade será um dos mais destacados.

Reparem: neste momento, coordenados pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), os empresários cearenses mobilizam-se para arrecadar dinheiro suficiente à compra de pelo menos 100 respiradores mecânicos – um dos mais importantes equipamentos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais públicos que prestam socorro aos infectados pelo Covid-19.

Até ontem à tarde, já haviam sido arrecadados mais de R$ 5 milhões.

Em Pernambuco, na semana passada, iniciativa semelhante mobilizou os grandes empresários daquele Estado, que em cinco dias juntaram R$ 6,5 milhões e compraram 120 desses respiradores, logo doados à rede pública hospitalar pernambucana.

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que, com o secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto, e outros líderes empresariais, coordena a arrecadação, não esconde seu entusiasmo com a disposição dos seus colegas empresários de juntar-se ao esforço do governo cearense no sentido de “fazer prioritariamente o mais importante, salvar a vida das pessoas”.

Os líderes da indústria, da agropecuária, do comércio e da área de serviços concordaram com a decisão do governador Camilo Santana de suspender, até o próximo dia 29, o funcionamento do setor industrial – com exceção das fábricas consideradas de utilidade pública, como as que produzem alimentos, bebidas, produtos farmacêutico e material de limpeza e de higiene pessoal.

“Consideramos que se trata de medida severa, mas necessária, para restringir a circulação das pessoas e impedir a proliferação do vírus”, explica o presidente da Fiec.

A liderança da política e da economia do Ceará dão uma prova de maturidade e de claro compromisso social.

UM RECORDE

Depois de apenas nove dias de intenso trabalho, um recorde, foi concluída quinta-feira, 19, no Porto do Mucuripe, a descarga de 38.500 toneladas de sucata a granel transportada dos Estados Unidos para a usina da Companhia Siderúrgica do Pecém.

O navio Yuanning Sea, que a trouxe até Fortaleza, zarpou imediatamente depois da conclusão do descarregamento.

A sucata será agora transportada para a usina da CSP, que a utilizará no seu alto-forno.

E O ICMS?

Lucas Neto, 38 anos, sócio e diretor da Hidrotintas – maior fábrica de tintas do Ceará – entende como oportuna a decisão do governador Camilo Santana de suspender até o dia 29 deste mês o funcionamento da indústria cearense, com as conhecidas exceções.

“Neste momento de pandemia, salvar vidas é o mais importante”, diz ele à coluna.

Mas Lucas Neto indaga: “Sem produção, sem venda e sem receita, como recolherei o ICMS no dia 7 de abril?”

Ele e seus colegas, fortemente atingidos pelo decreto, pedem ao governador Camilo Santana que esse recolhimento seja feito em até quatro parcelas.

GRAVÍSSIMA

A crise da economia brasileira, causada pela pandemia do coronavírus, já era grave.

Agora, ela ficou gravíssima.

O próprio Ministério da Economia anunciou ontem, sexta-feira, 20, que o PIB – o Produto Interno Bruto - deste ano, em vez de crescer, vai cair dos 2,2% previstos para 0,02%.

Na prática, isso significa que o Brasil entrará em recessão.

A pandemia do Covid-19, aqui no Brasil, ainda nem mostrou seu lado mais letal, mas já está causando, no lado econômico, o desemprego de pessoas e a quebra de empresas.

Como há o isolamento das populações nas grandes cidades, como há a proibição de funcionamento da indústria, do comércio e dos serviços, como bares, restaurantes e hotéis, lojas de shopping e de rua, ninguém produz, ninguém trabalha, ninguém compra, ninguém viaja.

Da mesma maneira que a economia mundial parou, a economia brasileira também parou.

Os pequenos empresários, os que mais sofrem, estão sem faturar; sem faturamento, não poderão pagar o salário dos seus empregados, nem os impostos, nem a conta de luz e de água.

Só há uma solução: enquanto durar a pandemia, o governo federal, o estadual e o municipal devem abrir mão dos impostos, das obrigações trabalhistas, previdenciárias e sociais.

E ainda fornecer crédito de longo prazo para as empresas.

Este colunista está perto de completar 77 anos de idade, e nunca viu na sua vida algo parecido com esta crise.

Ou o governo age logo ou vão quebrar muitas empresas e miilhares de pessoas perderão seus empregos.

Uma atitude a tomar, agora, neste instante, por todos é orar a Deus para que a ciência possa logo descobrir a vacina contra esse novo coronavírus.

LOTADO

Ontem à noite, um grande hospital privado de Fortaleza, localizsdo na Aldeota, estava superlotado nos quartos e, também, nas salas de espera por atendimento nos consultórios médicos.

Dá para imaginar o que se passará nos próximos dias, quando os casos de coronavírus forem sendo confirmados, principalmente na periferia da cidade.

Será assim em todo o País, infelizmente.

O próprio ministro da Agricultura, Luís Henrique Mandetta advertiu ontem que, no próximo mês de abril, o Sistema Único de Saúde (SUS) entrará em colapso pelo acúmulo de casos de Covid-19.

RIACHUELO

Reforçando o compromisso com a segurança e bem-estar de seus colaboradores, a rede de lojas Riachuelo suspendeu as atividades em todas as 323 unidades espalhadas pelo Brasil como uma medida de prevenção ao avanço do novo coronavírus (COVID-19).

A decisão passa a valer a partir deste sábado, 21, para todas as unidades fora do estado do Rio de Janeiro e São Paulo, que já estavam fechadas seguindo decretos das autoridades locais.

A medida busca impedir a aglomeração de pessoas no mesmo ambiente, o contato dos profissionais de venda com a população, além de expor os colaboradores ao risco de contaminação através de transporte público para chegarem ao local de trabalho.

Além do fechamento das lojas, a Riachuelo também anunciou a suspensão das atividades de seus seus parques fabris em Fortaleza e Natal e opera com quadro mínimo de funcionários e horários reduzidos nos centros de distribuição, centro de atendimento ao cliente e setor administrativo.

Também concedeu regime de home office aos colaboradores com a possibilidade de realizar suas atividades de forma remota, disponibilizou transporte fretado devidamente higienizado, reforçou rotinas de limpeza e higienização e afastou funcionários pertencentes ao grupo de risco, seguindo as recomendações das autoridades de saúde.

A varejista ainda produziu e doará mais de dez mil aventais hospitalares para associações e órgãos de saúde.