Falta de papel ameaça exportação de frutas do Ceará para a Europa

Nos escritórios da Superintendência do Ministério da Agricultura no Ceará, faltou papel para a emissão do Certificado de Fitossanidade, sem o qual as frutas não podem ser liberadas nos portos europeus.

Exclusivo! Por um motivo bizarro – a falta de papel nos escritórios da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Ceará – a exportação de frutas do Ceará para a Europa está ameaçada.

Sem papel, o órgão regional do Mapa não tem como emitir o Certificado Fitossanitário, exigido pela legislação europeia.

Sem esse documento, as frutas cearenses que já se encontram nos portos da Europa não podem ser liberadas pelas autoridades locais para o importador.

O documento é impresso pela Casa da Moeda em um papel especial, anti-fraude, com marcas d'água, 

 O superintendente do Mapa no Ceará, Holanda Neto, disse a esta coluna que o estoque de 15 mil desses certificados foi esgotado quarta-feira, 14, mas um carregamento de mais 5 mil deles deverá chegar a Fortaleza até a próxima terça-feira, 20.

O atraso foi causado pela recente greve dos Correios.

De acordo com Holanda Neto, foram emitidos certificados para todos os contêineres com frutas cearenses desembarcados até quarta-feir, 14, nos portos europeus. "Os que estão em trânsito só receberão o documento quando chegar o novo estoque do documento".

 Ele explicou que, anualmente, são emitidos 15 mil Certificados de Fitossanidade. Neste ano, as exportações mais do que dobraram e por isto o estoque do documento foi esgotado agora. 

As exportações feitas pelo Aeroporto de Fortaleza não foram prejudicadas. 

O processo de emissão do Certificado, tradicionalmente, se dá assim: os mais de 150 contêineres, carregados de frutas do Ceará, que são semanalmente embarcados daqui para a Europa, demoram uma semana de viagem até chegar ao porto de destino.

Nesse ínterim, as empresas exportadoras providenciam junto à Superintendência do Mapa em Fortaleza a emissão do Certificado de Fitossanidade, que é em seguida transmitido por e-mail para o importador.

Tudo vinha sendo processado de maneira normal, até, agora, faltou papel para a impressão do certificado.

Neste momento, registra-se um grave problema: os importadores europeus estão tendo prejuízo porque, sem o certificado, não podem liberar os contêineres com as frutas, que têm um prazo para chegar aos supermercados e à mesa dos consumidores.

Os importadores estão pagando, em euros, por cada dia de estadia dos contêineres nos portos europeus.

Uma fonte do setor da fruticultura disse a esta coluna que o problema também se repete na Superintendência do Mapa em Natal, no Rio Grande do Norte.

 



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