Falta de crédito: Presidente da Fiec pede solução imediata

Ricardo Cavalcante convidou o presidente do BNB que desde as 11h30, por vídeo conferência, explica aos empresários da indústria por que o crédito não chega às empresas, que estão ameaçadas de fechar.

Desabou o mundo nordestino sobre esta coluna.
 
Empresários da indústria, a começar pelo presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, que rejeitou a proteção do anonimato garantido à fonte da informação, opuseram suas críticas – todas construtivas, mas contundentes – à matéria aqui divulgada nesta quinta-feira, 2, sob o título “Sem o BNB, economia do Nordeste respiraria por aparelhos”.

“Hoje, o maior problema dos empresários, sejam eles pequenos, médios ou grandes, é o crédito, que não está chegando – nesta quadra de grave crise sanitária, econômica e financeira – para as suas empresas”, afirma o presidente da Fiec.

Ricardo Cavalcante mostra sua preocupação por meio de gestos. 

Abrindo e fechando os braços, espalmando as mãos, que também coçam sua cabeça de brancos cabelos, ele lamenta “o excesso de burocracia da rede bancária”, o que estende seu protesto também aos outros bancos públicos e privados.

“Este é um problema grave, que tem de ser resolvido imediatamente, porque as empresas já estão sem condições de manter-se de pé” – concluiu ele, imponto à sua voz um tom de inequívoca e procedente revolta.

O primeiro passo para um entendimento já foi dado.

Neste momento, o presidente do BNB, Romildo Rolim, participa – por vídeo conferência – da reunião fechada da diretoria da Fiec, que ouve dele as razões pelas quais o Banco do Nordeste não libera o crédito para as empresas, como deseja e determina o próprio ministro da Econia, Paulo Guedes.

Outro grande empresário, mas da agropecuária, pedindo e obtendo o benefício do off (sem a revelação da fonte), disse que o BNB e os demais bancos deveriam, nesta crise econômica e financeira causada pela pandemia do novo coronavírus, deixar de lado as restrições do Acordo de Basileia e facilitar a concessão do crédito.

“São tantas as exigências de garantias reais que os bancos, inclusive o BNB, fazem às empresas, que se torna quase impossível obter um empréstimo”, disse o empresário do agro. 

Esta coluna tem recebido, desde o início da manhã, comentários de repúdio à posição do sistema bancário - o BNB no meio -  que, tendo à sua disposição uma montanha de dinheiro liberado pelo Banco Central dos depósitos compulsórios, prefere mantê-los represados do que empresta-los às empresas que deles precisam.

Na Câmara dos Deputados, o cearense Danilo Forte (PSDB) fez um pronunciamento, repetindo o mesmo lamento e pedindo providências ao Banco Central no sentido de que o dinheiro para o financiamento das empresas – ameaçadas de fechamento pelos efeitos desta pandemia – chegue urgentemente a quem dele precisa, e quem precisa são as empresas.

“Sem esses recursos, as empresas fecharão e os empregos serão destruídos”, disse Danilo Forte.



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