Esqueçam o déficit fiscal, mirem o social!

Jovem, tem só 49 anos de idade, dirigindo uma empresa - a Resibras - que produz, beneficia e exporta para a Europa amêndoa e Líquido da Casca da Castanha do Caju (LCC) - o cearense Lúcio Carneiro Filho não tem dúvida: "A pandemia do coronavírus causou uma gravíssima crise na economia brasileira, cuja solução passa por um choque de liquidez que estimo em torno de 5% do PIB". Ele sugere o que foi feito pelo Banco de Portugal, com respaldo do Banco Central Europeu, que abriu crédito de longo prazo, em curtíssimo tempo, para os agentes econômicos. Lúcio Filho entende que, no Brasil, o apoio deve vir das instituições financeiras que têm competência para operar o crédito para os pequenos e médios.

"O BNB e sua carteira de microcrédito são fundamentais neste momento, aqui no Nordeste", afirma ele. Na sua opinião, "não é hora de olharmos o déficit fiscal; o momento é de adoção de medidas sociais modernas, em linha com o preconizado pelas autoridades da Saúde, e agir rápido para garantir capital de giro às pequenas e médias empresas que dependem dele no seu dia a dia". Lúcio Carneiro Filho lembra: em Portugal, o trabalhador infectado fica em casa com o salário dividido assim: 1/3 pago pelo governo, 1/3 pela empresa e 1/3 do próprio empregado".

Socorro!!!

Um pequeno empresário cearense, do setor de serviço, intriga-se com o fato de que, até agora, nem o governo nem as entidades empresariais se preocuparam com a negociação de uma saída para as pequenas empresas que, por conta do confinamento social causado pela pandemia do coronavírus, estão há duas semanas sem clientes e sem faturamento. "Como poderemos pagar impostos, aluguéis, contas de água e luz, salários e empréstimos se não temos receita? Se não houver um acordo que crie regra e solução para o problema, quebraremos todos em um mês, e ao final da pandemia teremos mais falidos do que contaminados". E não se trata de um problema que surgirá amanhã. Ele surgiu ontem e durará três meses, no mínimo. O que fazer e como fazer para evitar a quebradeira e o consequente desemprego?

Bolsonaro

Empresários da indústria com os quais esta coluna conversou ontem opinam: é inacreditável a capacidade que têm os filhos do presidente Bolsonaro de criar problemas para o seu Governo. Eles e o pai deveriam deveriam ficar calados.

Sobe

Tom prado, sócio e ceo da Itaueira Agropecuária e também coordenador de Fitossanidade da CNA, sorri diante da constatação de que o setor da agropecuária está a garantir o abastecimento de alimentos a toda a população brasileira, neste momento de dificuldade. "O agricultor produz e colhe em tempo integral", diz Tom Prado

Desce

Dá pena, muita pena, ver famosos restaurantes, bares e hotéis às moscas, alguns até fechados. Mais pena ainda constatar que, por causa do coronavírus, toda a cadeia de eventos - casamentos, congressos, festas, shows musicais - está inativa, desempregando milhares de pessoas. Meu Deus, o que isto quer dizer?



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