Industriais, agropecuaristas e comerciantes de todos os portes celebram a decisão – adotada quinta-feira passada pelo Conselho Monetário Nacional (CNN) – de autorizar os bancos privados a, também, operarem os fundos públicos, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), o da Amazônia (FDA) e o do Centro Oeste (FDCO).
Até agora, o FDNE vinha sendo operado, com exclusividade, pelos estatais Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
(O BNB acaba de trocar seu presidente)
A decisão do CMN é um bom sinal, mas não passa disto, pois não atende a antiga reivindicação do empresariado nordestino, principalmente o da agropecuária, que vem reclamando, há tempos, do “excesso de burocracia” do BNB, administrador de outro fundo – o Constitucional do Nordeste (FNE), que não entrou na resolução do CMN.
Esta coluna chegou a divulgar casos de pequenos produtores rurais que tentaram e não conseguiram obter financiamento do do FNE, via BNB, em cujos organismos técnicos esbarram seus projetos, frustrando suas intenções de investimento.
O sócio e diretor de uma grande empresa agrícola disse à coluna que um dos motivos do pouco crescimento do setor primário da região Nordeste “reside na burocracia do BNB, cuja nova direção parece disposta a fazer uma mudança profunda nas relações do banco com quem produz na região, o que já é uma grande notícia”.
A banca privada é mais ágil, aprova ou rejeita, em um ou dois dias, o pedido de financiamento.
Os bancos públicos, lentos pela própria natureza de sua burocracia oficial, gastam meses para tomar a mesma decisão (é só perguntar aos pequenos empresários quanto tempo faz que eles esperam ou esperaram pela aprovação de seu empréstimo no BNB).
Para o empresário Tom Prado, sócio e CEO da Itaueira Agropecuária, “pode ser bom para o Nordeste ter competição nessa operação de crédito, pois tende a gerar melhores e mais rápidos serviços, com menos custos para o desenvolvimento das atividades empresariais na região”.
Prado conclui assim: O futuro dirá se o CMN acertou na decisão”.
Alexandre Sales, que fabrica massas alimentícias e, também, planta trigo no Ceará e no Maranhão, considera que, “se essa decisão vier para dar agilidade às análises e reduzir a burocracia, fazendo o crédito sair mais rápido sem encarecer a operação, vai ajudar muito”.