Economista Marcos Holanda, ex-presidente do BNB: inovar é fazer melhor com o mesmo

O problema é um só: com fazer inovação. Para inovar, há que mudar. E a mudança gera novos ganhadores e perdedores, diz Holanda.

Está na moda a inovação, afirma à coluna o economista Marcos Holanda, ex-presidente do BNB. 

Ele entra no debate que esta coluna abriu na semana passada. 

“Todos querem inovar. O problema é um só: como fazê-lo. Para inovar, há que mudar. E a mudança gera novos ganhadores e perdedores. E estes sempre resistem, chamando a mudança de injusta, esquecendo-se dos benefícios que ela presta à população” – explica Holanda, em tom filosofal. 

Mas ele tenta ser didático: 

“Vou dar um exemplo: em 2007, propusemos ao governador Cid Gomes inovar na forma de distribuir o ICMS aos municípios, subordinando-os a bons resultados na educação, e não no tamanho da população municipal nem no volume de seus gastos no setor educacional. Foi uma mudança radical, pois o prefeito passou a provar, primeiro, que os alunos estavam aprendendo; segundo, que não estava apenas gastando com educação. Vários prefeitos protestaram. Argumentaram que eram a favor da melhora das notas dos alunos, mas contra o novo critério de repartição do ICMS. Mas foi com essa inovação que o Ceará virou referência, e o Banco Mundial hoje recomenda o modelo cearense para outros países”. 

Concluindo, Marcos Holanda aconselha: 

“Todos podemos inovar. Necessariamente, inovar não é coisa de alta tecnologia, é apenas fazer mais com menos. Ou melhor, fazer melhor com o mesmo”.    

ALGODÃO 

Do agrônomo José Maria Marques de Carvalho, dos quadros técnicos do BNB, já aposentado, mas sempre interessado pela agricultura nordestina, a do Ceará no meio. 

“A produção de algodão no Brasil, hoje, é muito tecnificada e está localizada nas regiões dos Cerrados, cuja acidez do solo foi corrigida com calcário e sua nutrição com fósforo e potássio – tudo feito pela Embrapa – o que também potencializou o desenvolvimento de outras culturas, como soja e milho. Os cerrados têm solos planos, sem pedregosidade, bem drenados, com regularidade pluvial de outubro a abril, apropriados ao cultivo mecanizado do plantio à colheita”. 
Especialista na matéria, José Maria de Carvalho acrescenta: 

“No Ceará, um solo que apresenta características desse tipo é o da Chapada do Apodi, nos municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, próprio para a exploração da cultura do algodão mecanizado. No Cariri, há bons solos nos municípios de Brejo Santo, Milagres e Mauriti. Porém, esses solos têm maior textura de argila, topografia de suave ondulação a ondulada, alguma pedregosidade e uma estrutura minifundiária predominante, impróprios para o cultivo mecanizado em larga escala. Dada a irregularidade da pluviometria no Ceará, a cultura do algodão no Ceará deveria ser preferencialmente realizada por irrigação”.

REABERTURA

Reabrem nesta segunda-feira, 8, em Fortaleza, as lojas dos shoppings centers, fechadas há mais de dois meses por causa da pandemia do novo coronavírus. 

Mas o isolamento social prosseguirá. 

Haverá, então, lojas abertas, mas sem consumidor dentro delas. 

Tanto tempo em prisão domiciliar, onde veem e ouvem, permanentemente, notícias que lhes causam medo, inclusive as da política, as pessoas, principalmente as mais idosas, estão a contar até 10 se devem ir à rua ou não. 

Como se previu, há um novo normal, ao qual ninguém ainda se adaptou – e esta é só uma das consequências do isolamento social estabelecido por decreto governamental, este abençoado pelo Supremo Tribunal, ou seja, tudo de acordo com a Lei. 

OLHO EM 2022

Ex-presidente da Fiec, agora dedicado aos negócios de sua BSpar, o empresário Beto Studart acompanha com interesse a cena da política nacional, que reflete diretamente na atividade econômica – “é só prestar atenção ao dólar e à Bolsa, que sobem e descem conforme os acontecimentos”, adverte ele. 

Studart olha a movimentação do ex-ministro Sérgio Moro, cujos últimos pronunciamentos podem ser considerados eventos ligados ao ano (de eleição presidencial) de 2022. 

SEM RECEITA

Estados e municípios estão – todos, sem exceção - com a corda no pescoço, apesar da ajuda federal. 

Mesmo os que tinham contas ajustadas sofrem com a queda de sua receita tributária. 

Alguns anunciam que não adiantarão, neste ano, a primeira parcela do 13º vencimento ou provento, que tradicionalmente era feita em agosto. 



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