Economista e professor da Uece sugere reabertura gradual e com proteção

Para Lauro Chaves Neto, a reabertura das atividades econômicas terá de ser, legal e obrigatoriamente, subordinada às orientações das autoridades sanitárias.

Lauro Chaves Neto, economista, professor doutor da Uece e consultor da Fiec, mantém-se social e fisicamente isolado nesta pandemia, cumprindo o que determina o decreto do governador Camilo Santana.

Sua inteligência, todavia, produz em tempo integral e, tirando proveito da tecnologia da informação, espalha o vírus da sua opinião.

"Em economias com desigualdade extrema, predomínio de pequenos e informais negócios, o isolamento social deve resumir-se a períodos menores e em situações extremas", analisa ele.

Todavia, Lauro reafirma que uma reabertura das atividades econômicas terá de ser, legal e obrigatoriamente, subordinada às orientações das autoridades sanitárias.

"Terá de ser gradual e planejada de acordo com os protocolos de saúde", enfatiza.

Algumas cidades brasileiras, como Florianópolis, começaram a abrir seus negócios, subordinando-os aos procedimentos sanitários obrigatórios.

Mas Lauro Chaves Neto vai além da questão sanitária, ao dizer a esta coluna o seguinte:

"O Brasil precisará encarar de frente, após a Covid-19, a redução das terríveis desigualdades sociais e territoriais que construímos historicamente. Este será um preço adicional que sentiremos durante esta crise".

Ele conclui assim:

"Abrir tudo imediatamente seria uma loucura, um atentado. Porém, iniciar uma abertura gradual e com uma série de medidas de proteção poderia e deveria ser feito de imediato".

É O ESTADO!

Élcio Batista, secretário da Casa Civil do Governo do Estado e uma de suas mais brilhantes estrelas, diz que, numa grave crise como esta, é o Estado o protagonista.

É o Estado que garante o funcionamento da estrutura sanitária com toda a sua vasta e complexa rede de postos de saúde, UPAs e hospitais, a operação da segurança pública, a logística do transporte que assegura abastecimento de gêneros alimentícios das cidades e, ainda, o seu sistema de água e esgoto. E tudo isso só pode ser executado se o contribuinte recolher seus impostos.

Élcio explica:

"É a mesma coisa que acontece com o plano de saúde: se o segurado suspender o pagamento de sua mensalidade, o plano de saúde ficará impossibilitado de prestar-lhe o serviço contratado".

Imagina tudo isso numa pandemia!

HOTELARIA

De um hoteleiro cearense, quase chorando de desespero:

"Não sei quando reabrirei meu hotel. Só sei que a cadeia do turismo levará dois anos para voltar ao que era antes da pandemia. Agência de viagem virou fumaça".

NADA MUDA

Um secretário do Governo do Estado do Ceará opina:

"Até o próximo domingo, 26, nada mudará. As atividades econômicas que estão permitidas hoje continuarão funcionando até lá, mas as que estão proibidas seguirão interditadas. Para a semana seguinte, talvez algumas mudanças possam acontecer".

REMÉDIO

Esta coluna conhece casos de cearenses, alguns empresários no meio, que já saíram dos hospitais onde, no início da doença, foram logo medicados com doses de hidroxicloroquina com azitromicina.

Repita-se: só no início da doença, não nos casos graves.

A história ainda revelará o que aconteceu de fato nesta pandemia.