Consumo de bioinsumos cresce muito e rápido no Brasil

O Ministério da Agricultura registrou, no ano passado, 95 defensivos de baixo risco, entre produtos biológicos, microbianos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais, reguladores de crescimento.

Mensagem do Ministério da Agricultura para esta coluna informa que a utilização de produtos biológicos para combater pragas e doenças que ameaçam as plantações é uma tendência na produção agrícola. 

O consumo de bioinsumos pelos produtores cresce em todo o mundo e o Brasil não ficou para trás. Enquanto o incremento mundial está na ordem de 15% ao ano, no Brasil as taxas são quase o dobro: 28%, movimentando mais de R$ 1 bilhão, segundo estimativa de pesquisa de mercado realizada pela empresa Spark Smarter Decisions.

É neste cenário que, em 2020, o Ministério da Agricultura registrou 95 defensivos de baixo risco, entre produtos biológicos, microbianos, semioquímicos, bioquímicos, extratos vegetais, reguladores de crescimento. 

Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 121% no número de registros.

“O Brasil ainda não é protagonista no uso de bioinsumos no mundo, mas, com esse ritmo de crescimento em comparação ao mundo, a tendência é que alcancemos as primeiras posições num futuro próximo”, afirma o presidente do Conselho Estratégico do Programa Bioinsumos, Alessandro Cruvinel Fidelis.
 
Segundo ele, se a expectativa de crescimento se confirmar, até a safra de 2022, metade da área planta de soja no país terá recebido, ao menos, uma aplicação de bioinsumos.

Para atender à crescente demanda por profissionais capacitados em boas práticas de produção de bioinsumos no país, o Ministério da Agricultura acaba de lançar o primeiro curso sobre produção e controle de qualidade de bioinsumos. 

Criado há pouco mais de um ano, o Programa Bioinsumos, no entanto, caracteriza essa tecnologia para muito além dos produtos aplicados na lavoura. O termo bioinsumos define ainda os processos e tecnologias - de origem vegetal, animal ou microbiana -, destinados ao uso nos diversos sistemas de produção agrícolas, pecuários, aquícolas e florestais. Além de estar presente também no armazenamento e beneficiamento dos alimentos. 

Um exemplo é a utilização de cera de carnaúba em uma nanoemulsão para frutas e legumes, criando uma barreira contra perda de umidade, troca de gases e ação microbiana. O resultado é o aumento de cerca de 15 dias no tempo de prateleira dos produtos, evitando perdas e desperdícios de alimentos.
 
A tecnologia foi desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

Já na agropecuária, os bioinsumos podem ser encontrados em produtos veterinários como vacinas, medicamentos, antissépticos, fitoterápicos dentre outros destinados à prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos animais. 



Assuntos Relacionados