Consultor Sérgio Melo traça cenário sombrio para a economia do País

"Viveremos a maior crise econômica de todos os tempos", afirma ele:

Para o consultor Sérgio Melo, sócio da SM Consultoria, os brasileiros estamos aenfrentar um momento cercado de muitas dúvidas e algums certezas. "Estas, no entando e infelizmente, são as piores possíveis".

Trancado em casa, como manda o decreto governamental, ele afirma que o isolamento social, "combinado com a paralisação das atividades econômicas não essenciais, nos leva a crer que viveremos a maior crise econômica de todos os tempos".

Sérgio Melo explica sua opinião:

"Esta conclusão baseia-se na enorme perda de postos de trabalho, na fortíssima redução da renda e na falência de milhares de pequenas e médias empresas, sem precedentes no país, tudo isso aliado à piora das contas públicas e ao PIB negativo".

No seu entendimento, "escapam desta dramática constatação, o agronegócio e os segmentos voltados à exportação".

Nessa curta lista, Melo inclui também os setores de supermercado, farmácia e afins, "que não estão sofrendo com a crise do coronavírus".

Ele conclui: 

"Minha opinião é de que o Brasil e o Ceará sofrerão gigantesca recessão e sua recuperação ocorrerá de forma lenta, refletindo o empobrecimento das famílias, das empresas e do país.

CEARÁ MELHOR

Falando ontem, por vídeoconferência, para empresários da indústria e da agropecuária, o economista e consultor Célio Fernando disse que, do ponto de vista fiscal, o Ceará sairá desta crise pandêmica melhor do que o Brasil como um todo.

As contas públicas estaduais são equilibradas e isto será uma boa vantagem comparativa no momento em que as coisas voltarem ao normal, explicou ele.

SEM CRÉDITO

Ao reduzir o depósito compulsório dos bancos logo no início da pandemia, o Banco Central mirou a expansão do crédito para as empresas que precisam de financiamento para enfrentar a crise.

Mas descobriu agora que os bancos, temendo um calote pós pandemia, protegem-se, segurando o dinheiro.

Problema para o mi nistro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe. 

DÓLAR

Pandemia do coronavírus, interdição das atividades econômicas, divergências graves entre os três poderes da República, inquérito instaurado por ordem do STF envolvendo o presidente Bolsonaro, déficit orçamentário para lá dos R$ 600 bilhões, possibilidade impeachment - tudo isto está levando o dólar para berto dos R$ 6.

Mas no mercado já se diz que a moeda norte-americana pode chegar aos R$ 7, dependendo do cenário político.

FIEC SETENTONA

O presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, distribuiu, na manhã desta terça-feira, 12, um comunicado de celebração pelos 70 anos de atividades da entidade.

"Os tempos mudaram", diz ele, acrescentando: "Em meio ao caos que ora vitimiza toda a sociedade, roubando vidas e destruindo sonhos, a nossa federação se mostrou senhora de sua responsabilidade para com o Estado, para com a vida, para com as pessoas, para com a indústria".

Eis, a seguir, a íntegra da mensagem do presidente da Fiec: 

"Hoje estamos completando 70 anos. E como é bom constatar que, desde aquele já distante 12 de maio de 1950, data em que foi emitida a Carta Sindical que oficialmente instalava a Federação das Indústrias do Estado do Ceará, até os dias atuais, em nenhum momento nos deixamos desviar da nossa missão maior de 'fortalecer a indústria e incentivar o desenvolvimento socioeconômico do Ceará'.

"Os tempos mudaram. As relações laborais suscitam maior maleabilidade, os modelos econômicos exigem celeridade, os novos modos de consumir impõem adaptabilidade constante às linhas de produção, a evolução tecnológica traz o futuro para bem perto.

"E em meio a todas essas transformações seguimos retos e firmes, seguros de que somente teremos uma indústria forte e competitiva, se nela trabalharem pessoas competentes, ávidas por serem protagonistas de uma nova forma de ver o mundo; pessoas que tenham na inovação aberta, no compartilhamento de ideias, na solidariedade para com seus pares e seus territórios, os pilares mestres da sua conduta.

"O momento atual tem posto tudo isso à prova. Em meio ao caos a que ora vitimiza toda a sociedade, roubando vidas e destruindo sonhos, a nossa federação se mostrou senhora de sua responsabilidade para com o Estado, para com a vida, para com as pessoas, para com a indústria.

"Todos os 40 sindicatos que a integram e todos os seus colaboradores colocaram em campo o que tinham de melhor, a sua capacidade operacional, força, energia e inteligência, a serviço da sociedade cearense.

"E numa efervescência criativa e laboral ímpar, fez nascer equipamentos, criou insumos, desenvolveu instrumentos, promoveu soluções inovadoras, se entregou por inteiro na construção coletiva de caminhos que pudessem preservar as nossas perspectivas de futuro, os nossos sonhos de realizar sempre mais e melhor.

"E hoje, quando completamos os primeiros 70 anos da FIEC, o nosso maior presente é saber que seguimos juntos, ao lado de todos aqueles que, como nós, creem sermos capazes de fazer do Ceará um estado digno da grandeza e inteligência do seu povo".