Congresso leva a Codevasf até a Amazônia. O Dnocs pode morrer

O substitutivo da Câmara dos Deputados, assinado pelo seu presidente, Rodrigo Maia, diz que a Codevasf "poderá, se houver prévia dotação orçamentária, instalar e manter no País órgãos e setores de operação e representação".

Atenção, senhoras e senhores cearenses!

A Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) terá, também, atuação sobre as bacias hidrográficas localizadas nos demais estados do Nordeste, inclusive a do Ceará, e ainda no Pará, no Amazonas e no Amapá.

O Congresso Nacional está prestes a votar um substitutivo da Câmara dos Deputados, que altera a Lei 6088, de 16 de julho de 1974, que estende a área de atuação da Codevasf para a metade da geografia do Brasil, incluindo a Região Norte.

Será um tiro no peito do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), que, com a aprovação desse projeto, perderá sua razão de existir. 

O Dnocs tem 120 anos de atividades. Foi ele que implantou toda a base da infraestrutura rodoviária e aeroportuária dos sertões nordestinos.

Foi o Dnocs que construiu todos os grandes açudes públicos do Nodeste.

Foi o Dnocs que construiu, no Nordeste Ocidental, os principais projetos públicos de irrigação.

Foi ele, também, que implantou a rede de postos de piscicultura da região e que instalou nela unidades de pesquisas ictiológicas. A tilápia alimenta o nordestina graças às pesquisas do Dnocs.

Todo esse patrimônio do Dnocs está, agora, ameaçado de desaparecer.

Até agora, a bancada federal cearense no Congresso Nacional não manifestou qualquer protesto contra a invasão da área do Dnocs pela Codevasf.

O substitutivo da Câmara dos Deputados, assinado pelo seu presidente, Rodrigo Maia, diz que a Codevasf "poderá, se houver prévia dotação orçamentária, instalar e manter no País órgãos e setores de operação e representação".

Pelo visto, é o princípio do fim do Dnocs.



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