Chuva: Maia pede mais otimismo do cearense

Rápido no gatilho, o secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, Maia Júnior, que tem, por meio de sua Secretaria Executiva do Agronegócio, direta relação com o setor, discorda do pessimismo de agricultores e pecuaristas diante da previsão da Funceme, que vê 50% de possibilidade de ser abaixo da média histórica a estação das chuvas deste ano, com 40% de chance de ser na média e de 10% de ser acima da média.

No ano passado, a temporada chuvosa foi na média histórica, insuficiente para a recarga dos grandes açudes, cujo volume não passou de 15% de sua capacidade, como aconteceu com o Castanhão. O temor do empresariado é de que, neste ano, se registre baixa pluviometria outra vez.

Maia Júnior lembra que no litoral do Estado as chuvas chegam a alcançar índices de 800 milímetros, o que ajuda a recarregar os açudes que abastecem a RMF. É verdade. Ele lamenta, porém, que a recarga dos grandes açudes seja prejudicada pelos barramentos dos rios (alguns ilegais, é esta coluna que o diz). É verdade, também.

O secretário aconselha: "O empresário da agropecuária precisa ser mais otimista. Vamos ter boas chuvas. E podemos ser banhados, como todo ano acontece, por aquelas precipitações de mais de 150 milímetros", discursa Maia Júnior, conhecido pelo seu estilo panglossiano, que em tudo - até no dúbio prognóstico da ciência - vê doces virtudes, e ele está certo, pois ao Governo cabe a tarefa de vender esperança e ao empresário a de encarar a realidade, e esta é de muita dúvida em relação ao clima neste 2021.

Um agropecuarista com mais de 50 anos de relação com a natureza faz questão de despertar a memória das autoridades do Palácio da Abolição: "A agropecuária do Ceará, ao contrário de outros setores da atividade econômica, não tem incentivo fiscal. O que ela produz hoje é, literalmente, brotado do solo enriquecido e tonificado pela pesquisa e pelo uso da melhor tecnologia, boa parte da qual importada, tudo bancado pelas próprias empresas".

Resumindo: o que move os agropecuaristas e, igualmente, o governo do Estado é um sonho só - fazer do Ceará um polo agro moderno, de referência nacional. Mas isso só será possível com a garantia da oferta hídrica. Por esta razão, a operação do Projeto São Francisco deve ser encarada aqui como providência inadiável e fundamental, pois complementará a duvidosa ajuda da natureza. Então, que o governo cearense pressione o ministro Rogério Marinho.

Festa no porto do Mucuripe

Ontem zarpou do seu cais de navios de cruzeiro um barco da CMA-CGM, levando do Ceará para portos europeus 1.224 contêineres, dos quais 320 carregados de melão da Agrícola Famosa. Na véspera, outro navio partiu com carga de 35 mil toneladas de manganês para uma siderúrgica da China.

Luto

Perdeu ontem o Ceará um dos ícones da construção civil do Estado, o engenheiro Franco Bonorandi. Dono da Mercurius Engenharia, ele e sua empresa inovaram até na construção de usinas eólicas pelo Brasil. Em 2016, haviam já implantado 31 parques eólicos, inclusive no RS tão longínquo. A Rochelle, sua esposa, nossa solidariedade.



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