Casa dos Ventos, de Mário Araripe, fecha contrato de R$ 150 mi com Vulcabras

E ainda prevê a opção de compra de ações para que a Vulcabras se torne um autoprodutor, modelo de negócio que vem sendo adotado pela Casa dos Ventos em seus projetos destinados ao mercado livre de energia renovável.

Uma das maiores investidoras e desenvolvedoras de projetos eólicos no Brasil, a Casa dos Ventos - do cearense Mário Araripe - assinou contrato de compra e venda de energia renovável de longo prazo com a Vulcabras Azaleia, detentora das marcas Azaleia, Dijean, Olympikus, Under Armour e Botas Vulcabras.

O contrato de R$ 150 milhões com a Vulcabras é para o fornecimento, por até 13 anos, de 7 MW - a totalidade do consumo da Vulcabras. O contrato ainda prevê opção de compra de ações para que a Vulcabras se torne um autoprodutor, modelo de negócio que vem sendo adotado pela Casa dos Ventos em seus projetos destinados ao mercado livre de energia renovável.

Com investimento de R$ 2,4 bilhões e potência instalada de 504 MW, o complexo eólico Rio do Vento, no vizinho Rio Grande do Norte, é formado por oito parques, o que possibilita a negociação de contratos no mercado livre com empresas de porte e setores diferentes.

Repetindo o modelo assinado com a mineradora Vale no ano passado, além do contrato de compra e venda de energia, a Vulcabras Azaleia ainda poderá tornar-se sócia da usina, de modo que passe a figurar como autoprodutora de energia.

"Criamos um modelo customizado que atende às diferentes necessidades de empresas, de eletrointensivas, como a Vale, e até as que têm menos demanda de eletricidade, mas que já pensam na descarbonização de sua energia", explicou Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos.

"A condição singular do vento da região, combinado com as economias da escala do empreendimento, nos dão a condição de ofertar contratos a tarifas muito competitivas. Além disso, nosso parceiro tem a possibilidade de, no futuro, tornar-se acionista do ativo, passando a usufruir dos benefícios de ser um autoprodutor", completou Lucas Araripe.

O projeto Rio do Vento possui 120 turbinas V150-4.2 MW da dinamarquesa Vestas, líder mundial na fabricação de aerogeradores, e está localizado nos municípios portiguares de Caiçara do Rio do Vento, Riachuelo, Ruy Barbosa e Bento Fernandes.

A operação comercial do complexo está prevista para começar no segundo semestre de 2021.

O complexo eólico potiguar se tornará um dos maiores do mundo e ainda terá capacidade de expansão e hibridização por meio da inserção da fonte solar.

O empreendimento, que nasce com 504 MW, tem previsão de ser duplicado, alcançando capacidade instalada de 1 GW.

A viabilização de projetos renováveis por meio de contratos corporativos é uma tendência que se comprova no Brasil. É grande o número de empresas que, gradativamente, adquirem energia renovável buscando o desenvolvimento sustentável e a descarbonização de suas atividades.

Segundo relatório da consultoria Bloomberg New Energy Finance (BNEF), em 2019, o fornecimento corporativo ativo de energia limpa deu um salto de 384% no país, alcançando 640 MW.

"Além da tendência crescente das empresas com metas de sustentabilidade, o custo da fonte eólica atingiu um patamar que essa alternativa já se torna a melhor também do ponto de vista econômico", explicou Araripe.

"Nesta nova fase da Casa dos Ventos, queremos democratizar o acesso a empresas que buscam uma transição energética limpa com inteligência e eficiência", finalizou o executivo.

A previsibilidade em contratos de prazos mais longos também é um atrativo para as companhias, que se protegem das volatilidades de preço. Além de Folha Larga Sul, Rio do Vento e sua expansão, a companhia desenvolve um terceiro projeto de 350 MW na Bahia, também mirando contratos corporativos de longo prazo.