Cadeias produtivas no Ceará precisam de liderança e de tecnologia

A Embrapa tem muita tecnologia à espera, primeiro, dessas lideranças; segundo, de políticas públicas consistentes, com recursos suficientes e continuados.

Que cadeias produtivas da agropecuária do Ceará se utilizam da tecnologia para crescer? 

A resposta a esta pergunta aponta, imediatamente, para a do setor da pecuária leiteira, que, não apenas na indústria, mas também na agricultura, já produz mais e melhor graças aos avanços tecnológicos. 

Você duvida? Atente: 

De 2017 a 2019, anos de baixa pluviometria, o Ceará aumentou a sua produção de leite, para o que se somaram a silagem moderna de capim, sorgo e palma forrageira -- que alimentam o rebanho -- e os novos equipamentos industriais que melhoraram a qualidade e o sabor do leite e de seus derivados. 

Os pequenos laticínios – principalmente as queijarias — também embarcaram nessa canoa inovadora.
 
Mas são os próprios empresários que confessam à coluna: 

“Ainda há algumas cadeias produtivas bastante desorganizadas, sem liderança que as integrem. Além disto, ainda é pouco, muito pouco, o que fazem as instituições públicas ligadas ao setor. Qualquer cadeia produtiva, em todos os seus níveis, carece de liderança comprometida com a solução dos seus problemas, que são muitos. Falta associativismo”, afirma um dos grandes agricultores”. 

A mesma fonte – estimulada pelo que ontem disse aqui o chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, na opinião de quem a falta de tecnologia na ovinocaprinocultura cearense deve ser debitada à conta da fragilidade de sua cadeia produtiva – reconheceu: 

“A Embrapa tem muita tecnologia à espera, primeiro, dessas lideranças; segundo, de políticas públicas consistentes, com recursos suficientes e continuados”. 

Outro exemplo do bom uso da tecnologia está na fruticultura, na carcinicultura  (criação de camarão) e na floricultura, setores do agro que, no Ceará, avançaram de modo extraordinário. 

Esse avanço só foi possível e vem sendo ampliado por causa de suas lideranças, reconhecidas aqui e pelo país afora. 

OPINIÃO

Vice-presidente do Conselho de Sustentabilidade da CNI e sócio e membro do Conselho de Administração da Betânia Lácteos, Jorge Parente afirma que um novo mundo, mais exigente em tudo, surgirá depois desta pandemia. Sobreviverão as empresas que agreguem valor aos seus produtos e, também, a quem os produz. 

“Estamos colhendo muitas lições desta crise”, conclui.

CARTÓRIOS

Informa a Receita Federal: 

Cartórios de registro civil no Ceará, com 450 unidades espalhadas pelo estado, já estão emitindo, junto com a Certidão de Nascimento, o documento de cadastro da pessoa física (CPF). 

Resumo: o recém nascido brasileiro já chega ao mundo com nome e número. 

É fruto de parceria da Receita com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.

UMA FRENTE

Um grupo de presidentes de sindicatos rurais do Estado, com o declarado apoio da Federação da Agricultura do Ceará (Faec), aprovou a ideia de criação de uma Frente Parlamentar para a defesa dos interesses da agropecuária cearense. 

Entre as primeiras ações dessa Frente Parlamentar da Agropecuária Cearense está a de organizar uma agenda legislativa, que hierarquizará os temas de maior e mais imediato interesse do setor.
 
A Frente Parlamentar, segundo informou o presidente da Faec, Flávio Sabóya, manterá um canal de informações atualizado com as entidades das cadeias produtivas do setor agropecuário, com a federação e com os seus sindicatos filiados e com os parlamentares sobre o andamento dos projetos ligados à agropecuária em discussão nas Comissões Técnicas e no plenário da Assembleia Legislativa.

Iniciativa oportuna, porque, hoje, o setor primário da economia do Ceará tem prestígio zero no Legislativo estadual.



Assuntos Relacionados