Brisanet tem projeto para enlaçar com fibra ótica as fazendas agropecuárias

Parte dos 4.700 estabelecimentos rurais dos 1.790 municípios do Nordeste já está enlaçada, mas plano de José Roberto Nogueira, dono da Brisanet, e levar internet a todos os produtores rurais

José Roberto Nogueira, dono da cearense Brisanet - uma das maiores empresas de telecomunicações do País, com sede em Pereiro, no interior do Ceará - já foi capa de revista e já ganhou elogios pela eficiência dos serviços que presta, enlaçando, com cabo de fibra ótica, o sertão nordestino.

Além de investir na mais moderna Tecnologia da Informação (TI), ele também investe na produção de frutas, das quais extrai a polpa.

Na sua fazenda em Pereiro, tem cultivados, só com cajarana, 30 hectares, e muito mais com outras frutas. Ele é o maior produtor de polpa de frutas do Nordeste - são 400 toneladas/mês, totalmente vendidas às redes de supermercados.

Criativo, José Roberto Nogueira, abriu franquias da Brisanet: já tem 140 franqueados, cada um dos quais cuida de levar a fibra ótica da empresa a três municípios, incluindo, obrigatoriamente, sua zona rural.

As franquias fazem parte do novo plano do empresário, que quer levar conectividade aos 4.700 estabelecimentos rurais existentes nos 1.790 municípios dos nove estados do Nordeste. Parte deles já está atendida, mas falta muito, ainda.

Por exemplo: a Betânia Lácteos, outra empresa exemplar do Ceará, está promovendo, todas as quartas-feiras, vídeo conferência com produtores de leite do CE, PB, PE, SE e BA, onde ela tem fábricas de beneficiamento. Nessas teleconferências, há palestras técnicas e científicas que não são vistas nem ouvidas por todos exatamente pela falta de internet nas propriedades.

Se depender da Brisanet, esta carência será superada em curto prazo.

PERPETUIDADE

Paulo Skaf começou sua campanha - não pelo governo paulista, mas pelo quarto mandato de presidente da Federação das Indústrias de São Paulo.

E seu colega da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, José Eduardo Gouveia Vieira, reeleito 10 vezes, já tem mais de 20 anos à frente da entidade.

Na Paraíba, Buega Gadelha está na presidência de sua Federação das Indústrias - a Fiep - desde 1995. Façam as contas.

No Piauí e no Maranhão, a toada da reeleição é a mesma há tempos.

No Ceará e no Mato Grosso do Sul, porém, não é mais permitida a reeleição.

Há um só mandato de cinco anos, e pronto, elege-se um sucessor.

Assim, evita-se a perpetuidade.

OLHA A CHINA!

De janeiro a abril deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro equivaleram US$ 31,4 bilhões - 5,9% a mais do que no mesmo período do ano passado e o melhor resultado da história para o primeiro quadrimestre.

Sete produtos - soja, carne bovina, carne de frango, celulose, farelo de soja, café verde e açúcar - responderam por 71,2% dessas exportações.

A China foi o destino de 37,7% das exportações do agronegócio do Brasil (no primeiro quadrimestre de 2019, foram 31,7%).

Atenção: as exportações para a China superaram a soma das exportações para os outros nove principais mercados - União Europeia, EUA, Japão, Bangladesh, Turquia, Hong Kong, Tailândia, Arábia Saudita e Indonésia.

Para cada US$ 1 que o agronegócio brasileiro exporta para a União Europeia, são exportados mais de US$ 2 para a China.

Tem mais: de janeiro a abril deste ano, cresceu 26,2% a exportação para a China. No mesmo período, reduziram em 2,2% as vendas dos produtos do agronegócio brasileiro para os países da União Europeia, segundo destino das exportações do setor agropecuário do Brasil.

Esta coluna disse sábado, 23, que o ministro do STF, Celso de Mello - ao excluir do vídeo da reunião ministerial do dia 22 as referências ao governo chinês - salvou o governo Bolsonaro de um problemão com o governo do presidente Xi Jiping.

Agora, repete-o mais convictamente.

AÇO CEARENSE

Por decisão liminar da 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), a empresa Aço Cearense ganhou o direito de postergar o pagamento de tributos incidentes nas importações realizadas ao longo do período de calamidade pública, decretada pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará no último dia 3 de abril.

A ação foi patrocinada pelo escritório jurídico Rabb Carvalho/ RC Law e representa um precedente importante neste momento de pandemia, no qual as empresas precisam de alívio tributário para manter a saúde financeira e os seus empregados.

REABERTURA

Pelo que indicam as últimas estatísticas, a cidade de Fortaleza estabilizou o número de casos do novo coronavírus e, também, os de óbito.

Agora, é torcer para que essas estatísticas iniciem a curva descendente.

Ao longo desta semana, esperam as autoridades sanitárias, isso deverá acontecer.

Então, daqui a uma semana, no dia primeiro de junho - a próxima segunda-feira - deverá ser iniciada a reabertura das atividades econômicas ao mesmo tempo em que a rigidez do isolamento social também será atenuada.

É o que esperam empresários com empresas fechadas e trabalhadores com salários reduzidos e empregos ameaçados pela recessão.

O governo do Estado - por meio de um Grupo de Trabalho criado para isso pelo governador Camilo Santana - detalhará, até domingo, 31, essa reabertura paulatina da indústria, do comércio e de alguns setores do serviço.

DINHEIRO

Hoje, se não houver contratempo no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro sancionará a Lei, aprovada pelo Congresso, que cria a ajuda emergencial da União para os estados e municípios.

Uma montanha de dinheiro do tamanho de R$ 125 bilhões, dos quais R$ 60 bilhões cairão nos cofres estaduais e municipais, que os utilizarão para o pagamento da folha de pessoal de maio e junho.

Haverá contrapartidas, uma das quais - além da proibição de aumento de vencimentos do funcionalismo - prevê que os estados terão de pagar suas dívidas com os bancos internacionais, como o Bird e o BID.

Os governadores rejeitam a ideia, e este é o problema que tem atrasado a sanção.

BARULHO

Ontem, domingo, dia de silêncio, a Embratel fez o maior barulho na obra de reforma de sua torre na Aldeota.

BANABUIÚ

Informa a Funceme: desde a manhã de ontem, o açude Banabuiú acumula 200 milhões de m³ de água. 

Isso não acontecia havia seis anos. 

"Choveu bem e no lugar certo em dois, três dias da semana passada, explica o presidente da Funceme, Eduardo Martins.