Bolsonaro insinua que o setor elétrico tem uma caixa preta

O presidente disse que "resolveram me atacar na energia", onde promete "meter o dedo" e onde, segundo ele, "a preocupação é ganhar dinheiro em cima do povo".

Há alguma coisa errada na gestão da energia elétrica no Brasil. É o que se conclui dos últimos pronunciamentos do presidente da República. 

No Ministério de Minas e Energia, está o general Bento Albuquerque, amigo pessoal do presidente Bolsonaro. 

Então, não é ele o alvo da ameaça presidencial que promete, nesta semana, “meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema, também”. 

O mesmo dedo que, na última sexta-feira, se intrometeu na Petrobras, cujo presidente, Roberto Castello Branco, foi demitido por um comunicado transmitido pelas redes sociais. 

Há sinais codificados nas palavras que, sobre o assunto, Bolsonaro dirigiu, no fim de semana, aos alunos da Escola Militar de Campinas (SP). 

Ele disse que tentaram sua queda “na pandemia pela economia, fechando tudo, agora resolveram me atacar na energia”. 

Disse mais, referindo-se ao que pode ser mais uma estratégia para apeá-lo do poder: “Compromisso zero com o Brasil. (...) A preocupação é ganhar dinheiro em cima do povo”. 

Não há dúvida de que os serviços de inteligência do governo detectaram a nova estratégica e a localizaram no setor elétrico, onde transitam os interesses de empreiteiras, de distribuidoras (a maioria privadas) e de geradoras (uma parte ainda estatal). 

Na sua “live” de quinta-feira, 18, Bolsonaro lembrou, de modo irônico, que a Agência Nacional de Energia Elétrica quis “taxar o sol”, referindo-se à proposta da Aneel de impor um tributo sobre a energia solar fotovoltaica gerada no telhado dos imóveis residenciais ou não, urbanos ou rurais. 

O sol é um ativo gratuito da natureza. 

Ao proclamar-se, publicamente, contra essa proposta, o presidente viu nela algo errado e grave, e, com o ministro Bento Albuquerque, passou a desconfiar da gestão da Aneel, cujos diretores têm mandato de quatro anos. 

Os atuais, nomeados por Michel Temer, tomaram posse em agosto de 2018. 

O Brasil, neste momento de crises sanitária, fiscal e social (14 milhões de desempregados pelas restrições à atividade econômica), divide-se entre os que querem derrubar Bolsonaro, impedindo-o de tentar a reeleição, e os que o desejam governando até o fim do seu mandato. 

Esta será uma semana de novas emoções. Assim como caíram, na sexta-feira, as ações da Petrobras, é provável que hoje caiam, também, as da Eletrobras e de outras estatais do setor. 

Mas começam a emergir coisas que estavam na obscuridade. É possível que haja, também no setor elétrico, uma caixa preta.

FLÁVIO SABÓYA

Há luto na comunidade da agropecuária cearense, profundamente abalada pela notícia da morte do agrônomo Flávio Sabóya, que, havia 9 anos, presidia, com correção, zelo, competência e extrema dedicação, a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceara (Faec). 

O setor produtivo perde um líder proeminente a quem o Ceará deve muito pelo avanço que a sua agricultura empresarial e familiar experimentou nas últimas duas décadas. 

Todas as entidades empresariais do Ceará manifestaram, por notas oficiais, suas condolências pelo passamento de Sabóya, que ganhou, também, repercussão nacional: a CNA e até sites ligados ao agro, como o Globo Rural, abriram espaço para noticiar e lamentar o fato.

À família e aos milhares de amigos de Flávio Viriato de Sabóya, o sentimento de pesar desta coluna e de seu editor.  

RENOVÁVEIS

Segundo o secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, engenheiro Maia Júnior, o Ceará gera hoje 2,49 GW (gigawatts) em energias renováveis. 

A eólica produz 2,27 GW; a solar, 0, 218 GW. 

Estão em construção parques eólicos que gerarão mais 2,5 GW. 

Esperando licença ambiental, há projetos com potência instalada de 8,6 GW. 

A energia fóssil tem seus dias contados.

BIOTECNOLOGIA

Avança a empresa cearense Fertsan, especializada em biotecnologia agrícola. 

Seus produtos estão sendo utilizados pelas grandes empresas e cooperativas do agro brasileiro, incluindo as maiores produtoras de soja do Centro-Oeste, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Tocantins, Bahia, Maranhão e Piauí. 

Luís Eugênio Pontes, sócio e diretor da Fertsan, informa que a tecnologia de sua empresa já é utilizada por agricultores de Portugal. 

“Já temos produtos, também, para milho, cana-de-açúcar, trigo, feijão, algodão e tabaco. Aqui no Ceará, o Grupo Betânia começará a testar a linha de produtos para capim, soja, milho e sorgo”, revela Eugênio. 

Ele informa, ainda, que o Grupo Telles, do empresário cearense Everardo Telles, fará o mesmo em sua gigantesca fazenda em Tocantins. 

E, para finalizar, Luís Eugênio Pontes anuncia que o próximo plantio de trigo do Grupo Santa Lúcia, pilotado por Alexandre Sales, na Chapada do Apodi, será incrementado pelos produtos da Fortsan, que atuam na fisiologia das plantas, aumentando em até 30% sua produção e sua produtividade. 

VACINAÇÃO

Reparem: a Campanha Nacional de Imunização contra a Covid-19 tem priorizado os idosos, quase 100% dos quais estão em casa, isto é, sem circular. 

Se a vacinação priorizasse os que trabalham, ou seja, os que são obrigados a viajar, diariamente, de ônibus e metrô, o quadro não mudaria? Com a palavra os cientistas.

SÉRIE A

Só acontecendo o impossível – uma derrota por goleada para o Fluminense e uma vitória, também por goleada, do Vasco da Gama sobre o Goiás – tirará o Fortaleza Esporte Clube da Série A do Campeonato Brasileiro neste 2021. 

O tricolor do Pici, que foi impiedosamente goleado (4x0) pelo Bahia no último sábado, tem de, no mínimo, empatar com o Fluminense.

Essas emoções estão agendadas para a noite de quinta-feira, 25.

RESTAURANTES

Famosas redes cearenses de restaurantes estão demitindo em massa seus empregados – cozinheiros, garçons, cumins (auxiliares de garçon) – porque, com a redução de seu horário de funcionamento, se tornou praticamente inviável manter a atividade.

Um restaurante aglomera muita gente, mas um ônibus ou um trem do metrô aglomera muito mais.

MERCADO

Fecharam no vermelho as bolsas da Ásia.

As da Europa operam também em baixa. 

Wall Street, na pré-abertura, sinaliza com vermelho.

Há medo nos mercados de que se fortaleçam os sinais de volta da inflação. Os juros da dívida soberana sobem, inclusive nos EUA.

 



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