Bancos, inclusive BB e Caixa, aumentam suas tarifas acima da inflação

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o reajuste médio praticado nos pacotes de serviços foi de 6% e nas tarifas avulsas, foi de 5,1% – três vezes a inflação acumulada no período de 1,88%

Desde que iniciou as pesquisas de tarifas bancárias em 2009, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) constatou que as instituições financeiras aumentam sucessivamente as tarifas cobradas acima da inflação registrada no período de 12 meses anterior aos estudos. 

Neste ano, não foi diferente. O reajuste médio praticado nos pacotes de serviços foi de 6% e nas tarifas avulsas, foi de 5,1% – três vezes a inflação acumulada no período de 1,88% (Índice de Preços Amplo ao Consumidor - IPCA entre junho/2019 e maio/2020). 

"A cada novo estudo de comparação realizado pelo Idec, identificamos frequentemente a prática de reajustes abusivos no preço das tarifas avulsas e principalmente dos pacotes de tarifas dos principais bancos. Os ganhos em escala obtidos com a tecnologia na prestação de serviços não são repassados aos consumidores e as tarifas seguem aumentando", revela a economista e coordenadora do Programa de Servicos Financeiros do Idec, Ione Amorim, responsável pela pesquisa. 

Só no primeiro trimestre de 2020, os bancos acumularam receita de R$ 34,4 bilhões com tarifas, conforme aponta estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT).

Em tempos de pandemia de coronavírus, em que muitos consumidores tiveram redução de sua renda, um outro dado chamou a atenção na pesquisa do último ano: dois bancos públicos reajustaram o preço da “transferência entre contas da mesma instituição financeira presencialmente” em até 393% (Caixa R$ 1,40 para R$ 6,90) e 342% (Banco do Brasil - R$ 1,95 para R$6,85). 

Segundo a economista do Idec, isso é  um total desrespeito com os consumidores, especialmente os mais vulneráveis que possuem maior dependência das operações presenciais.  

Os aumentos registrados nos maiores bancos vão na contramão dos novos concorrentes, os bancos digitais e as Fintechs, que seguem oferecendo as transferências entre contas e entre instituições financeiras gratuitamente. 



Assuntos Relacionados