As notícias do Brasil afastam o empresário

Pelo que leu, ouviu e viu na mídia sobre o Brasil, ao longo das 24 horas dos últimos 90 dias, só um empresário louco ou desinformado investiria neste momento em algum negócio neste país bonito por natureza e rico de tudo, a começar pelo talento criativo do seu povo trabalhador e pela sua biodiversidade, invejada pelo mundo inteiro. É como se no Brasil não houvesse mais governo, sua imprensa estivesse sob censura, seu Parlamento fechado, os líderes da oposição proibidos de andar nas ruas e de falar o que pensam e o Poder Judiciário interditado. Não é no Brasil que isto acontece. Aqui, porém, há um novo normal, mas causado pela pandemia do coronavírus, que segue matando pessoas e destruindo empresas e empregos. Há uma crise sanitária contra a qual o Governo se mobilizou, empenhando cerca de R$ 1 trilhão do seu orçamento, deficitário desde 2015. O País enfrenta uma situação de calamidade pública para cujo enfrentamento, conforme a Lei, dispensam-se as licitações. Aí entra o "normal tradicional" da gestão pública brasileira - com as poucas exceções que confirmam a regra. Na calamidade, sugere a tradição, o importante é comprar, gerando - para citar um só caso - a oportunidade para uma loja de vinhos de Manaus fornecer ao Governo do Amazonas, por preço bem maior do que o do mercado, respiradores mecânicos - o equipamento mais disputado nesta guerra pandêmica internacional. Gerando, ainda, a incrédula notícia de que a indústria do Brasil não fabrica máscaras de proteção, nem respiradores mecânicos, coisa que um micro empresário de Russas, no sertão cearense, que produzia peças para bicicletas, passou a fazer com o mesmo maquinário. Nesta pandemia, em vez se darem as mãos para combater o inimigo invisível e comum, os políticos e seus financiadores parecem unidos com outro objetivo - o de derrubar o Governo. Em ambiente assim, não há investidor que se sinta atraído a abrir um novo negócio ou a ampliar o que já existe.

Aves e ovos

Boa notícia para quem quer empreender: o Sindicato das Indústrias de Alimentação e Rações Balanceadas do Ceará, presidido pelo jovem empresário André Siqueira, está oferecendo, gratuitamente, plantas arquitetônicas e memoriais descritivos de construção de abatedouros de aves e entrepostos de ovos. Estão incluídos, também, os detalhes econômicos e sanitários. A avicultura é uma atividade em expansão no Ceará. Ela exige muita dedicação e atenção permanente do empreendedor. Mas vale a pena. Os interessados devem acessar o site sindialimentos@sfiec.Org.Br

Que boa notícia!

De janeiro a maio deste ano, o BNB contratou R$ 1,5 bilhão no âmbito do Programa de Financiamento às micro se pequenas empresas. Foram 14,1 mil operações, 15,2% a mais em relação ao mesmo período de 2019. Guimarães Júnior, presidente interino do banco, estaca que tudo isso foi obtido em cenário hostil.

Quem quiser ter uma ideia dos prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus, basta passear pelos shopping centers e pelo comércio do Centro de Fortaleza. Há muitas lojas fechadas. E com poucas chances de serem reabertas. Faliram os seus donos. Pelos próximos dois anos, haverá um penoso caminho de volta.