Secretário de Recursos Hídricos diz o que é prioridade

Como esta coluna antecipara, a duplicação dos sifões do Eixão das Águas está na lista das três grandes prioridades. Robério Monteiro ouviu elogios: "O senhor está no lugar certo, na hora certa".

Para uma plateia de 25 pequenos, médios e grandes empresários da agropecuária e da agroindústria cearenses, com os quais se reuniu ontem, o secretário de Recursos Hídricos do Governo do Ceará, deputado federal Robério Monteiro, anunciou as três obras prioritárias do governo Elmano de Freitas na sua área:

Primeira: a duplicação dos sifões do Eixão das Águas, um canal de concreto a céu aberto que transporta água do açude Castanhão para Fortaleza, quando isto se faz necessário – o que não é o caso de agora. É um empreendimento estadual que exigirá investimentos da ordem de R$ 600 milhões;

Segunda: a construção do Ramal do Salgado, último trecho do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, cuja licitação, feita no ano passado, está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). Trata-se de uma obra federal, ou seja, custeada com dinheiro do Orçamento Geral da União (OGU) e cujo investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão. O Ramal do Salgado terá 100 quilômetros de extensão e reduzirá em 150 quilômetros a viagem das águas do São Francisco até o açude Castanhão;

Terceira: a construção do açude Lontras, um sonho de mais de 50 anos da população e dos produtores rurais dos municípios da Chapada da Ibiapaba, que com ele terão a certeza de abastecimento d’água por pelo menos meio século. O projeto de engenharia dessa barragem – que será implantada na geografia de Ipueiras, o que exigirá a construção de uma adutora até a Chapada – está pronto para ser licitado, mas o Estado, sozinho, não tem nem terá condições de bancá-lo por causa do seu custo, algo em torno de R$ 1 bilhão, dinheiro que terá de vir por meio de emendas parlamentares ao OGU.

O secretário ganhou aplausos quando, ao reconhecer suas limitações técnicas, disse ter mantido em suas posições os especialistas da SRH, citando o principal deles, o engenheiro Ramon Rodrigues, sentado ao seu lado, que responde por todas as demandas técnicas da pasta.

“Peço um crédito de confiança”, disse Robério Monteiro, que, em resposta, ouviu o seguinte do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), Amílcar Silveira:

“Acreditamos na sua gestão. Estamos certos de que o senhor está no lugar certo, no momento certo, pois para nós, produtores rurais, o político tem, muitas vezes, mais sensibilidade social e econômica do que o técnico”.

O titular da SRH ouviu vários empresários, entre eles Cristiano Maia, presidente da Camarão BR, entidade nacional que reúne os principais carcinicultores do país, que elogiou a celeridade com que hoje a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) emite uma outorga de água para projetos de criação de camarão e para a irrigação.

Cristiano Maia contou ao secretário que, em Jaguaruana, há mais de 400 carcinicultores, “que eram antigos agricultores e que hoje têm renda muito mais alta, têm carro, têm casa e têm uma melhor qualidade de vida, mas enfrentam problemas com o licenciamento ambiental por questões de pouca relevância”.

Robério Monteiro disse que o que estiver de acordo com a Lei, em qualquer área da jurisdição da SRH, será solucionado. O que estiver ferindo a Lei, porém, deverá ter uma saída legal.

O secretário Executivo da SRH, Ramon Rodrigues, revelou aos empresários que, no site da pasta na internet, “há, para quem se dispuser a ler, o Plano Estratégica da Secretaria de Recursos Hídricos, do qual consta, como meta, a construção da barragem Canto das Pedras, no rio Coreaú”.

Essa barragem poderá ser utilizada, em futuro próximo, para armazenar águas de uma imaginada adutora – tubulada ou a céu aberto – que trará água da foz do Rio Parnaíba para várias finalidades, entre as quais a de abastecer o Complexo Industrial e Portuário do Pecém.