Roberto Cláudio: Estado não deve ser mínimo, mas qualificado

Reunido com empresários da agropecuária cearense, o pré-candidato do PDT ouviu sugestões, inclusive a de que deve haver apenas uma Secretaria da Agricultura para unir os produtores

Empresários da agropecuária do Ceará reuniram-se ontem com um dos pré-candidatos do PDT a governador do estado, Roberto Cláudio, que os surpreendeu com números atualizados sobre o setor, considerado por ele “essencial para a economia cearense, não só por ser empregador intensivo de mão de obra, mas também por realizar investimentos próprios em pesquisa tecnologia e inovação, obtendo índices de produtividade que se elevam a cada ano”. 

Saudado pelo floricultor Gilson Gondim, o ex-prefeito de Fortaleza revelou que, pessoalmente, percorreu neste ano campos de produção de algodão, soja e frutas na Chapada do Apodi, e de hortaliças na Serra da Ibiapaba. “O futuro do agro cearense é muito promissor, e no curto prazo”, disse ele.

Roberto Cláudio ouviu várias opiniões e sugestões dos empresários presentes à reunião, entre os quais a seguinte: os pequenos produtores rurais são tão importantes quanto os médios e grandes, e por isto mesmo não podem continuar dependendo de programas governamentais que lhes dão, há décadas, apenas uma casa de farinha.

“Os pequenos agricultores e os pequenos pecuaristas devem ter também, e obrigatoriamente, acesso à melhor tecnologia”, como sugeriu o agropecuarista Luiz Girão, fundador do Grupo Betânia Lácteos, cuja opinião foi apoiada por Adauto Farias, João Teixeira e Cristiano Maia. Na sua fala, Girão citou o exemplo de Santa Catarina, onde o agro é sustentado por pequenos produtores que, porém, dispõem de tecnologia de ponta e produzem sob a bandeira do associativismo.

Cristiano Maia, presidente da Câmara Setorial do Camarão e presidente da Camarão BR, entidade que reúne os maiores carcinicultores do país, lembrou ao pré-candidato que as câmaras setoriais do agro – são 13, abrangendo todos os setores da atividade – são indispensáveis para a estratégica de desenvolvimento econômico do Ceará. E sugeriu que o governo incentive a instalação de mais indústrias de beneficiamento de camarão no estado, tendo em vista que o número de criadores de camarão “cresce da noite para o dia”, principalmente na Região do Jaguaribe. 

O presidente da Federação da Agricultura do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, também presente à reunião dos agropecuaristas com Roberto Cláudio, informou que ontem, segunda-feira, 6, se reuniram-se pela primeira vez na sede da entidade os presidentes das 13 câmaras setoriais do agronegócio. Silveira fez um apelo interessante:

“Se o senhor for eleito governador, por favor não nos divida como agora. Temos de unir e manter unidos os pequenos, os médios e os grandes produtores rurais sob uma só secretaria” (hoje há uma Secretaria de Desenvolvimento Rural, cuja atuação é focada no pequeno produtor e na agricultura familiar) e uma Secretaria Executivo do Ahronegício na Sedet, dedicada a apoiar a agricultura emresarial).

O agricultor Adauto Farias, por sua vez, sugeriu que o pré-candidato reduza o tamanho do Estado para aliviar a carga tributária do contribuinte.

A resposta de Roberto Cláudio foi esta: 

“Não precisamos reduzir o tamanho do Estado, mas temos de qualificá-lo para melhorar a qualidade do gasto. O Estado tem de ser líder, tem de ouvir, tem de dialogar e tem de ser eficiente”.