Petrobras, Projeto S. Francisco e BNB, as boas notícias da semana

Esta foi uma semana marcada por boas notícias transmitidas por esta coluna

A primeira boa notícia veio de fonte primária, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. E mensagem a este colunista, ele confirmou que sua empresa está decidida a investir em projetos de geração de energia eólica no mar (offshore) e já trabalha neste sentido. 

A segunda boa notícia foi a protagonizada pelo próprio ministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, que anunciou a conclusão dos trabalhos de recuperação da primeira das três motobombas da Estação Elevatória de Salgueiro (PE), integrante do Canal Norte do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, que traz água do Velho Chico para o Ceará e para o Oeste da Paraíba e do Rio Grande do Norte. 

O ministro assegurou que a segunda bomba estará pronta até dezembro, mas antes disso, acrescentou, usando só a primeira, será possível retomar o bombeamento que está suspenso desde outubro de 2022.

E a terceira boa informação desta semana veio da Expocrato, a exposição agropecuária que anualmente se realiza, nesta época, na cidade do Crato, na região do Cariri, no Sul do estado. Nela, a Superintendência do Banco do Nordeste no Ceará, cuja titular é a incansável Eliane Brasil, o BNB celebrou financiamentos que passaram dos R$ 20 milhões, os quais beneficiaram pequenos e médios agropecuaristas.

Vamos por partes. Comecemos pela Petrobras, que, sob o comando de Jean Paul Prates, vive novos tempos. Isto significa que, mesmo sob governo do PT, a Petrobras parece blindada contra qualquer tentativa de ação de políticos, digamos assim, desvirtuados dos verdadeiros e corretos objetivos da boa política. 

A maior estatal brasileira mantém o foco na exploração do petróleo, máxime na camada do pré-sal, mas já de olho na geração de energia eólica offshore com o objetivo de produzir o Hidrogênio Verde, que será outra grande fonte de receita da empresa pela via da exportação. 

Prates afirmou a esta coluna que a Petrobras cuida dos combustíveis fósseis, que são finitos, e, ao mesmo tempo, aposta nas energias renováveis, infinitas e gratuitas, dobrando seu compromisso de colaborar para a descarbonização do planeta.
  
Infelizmente, contra a Petrobras e contra grandes empresas nacionais e estrangeiras que desejam investir na geração de energia no mar e na produção do H2V está o Ministério de Minas e Energia (MME), que ainda não providenciou a necessária regulação dessa nova fronteira econômica, sem a qual nenhum investimento pode ser feito. O Brasil pode perder o trem da história. Lamentável.

Consertar as duas motobombas da Estação Elevatória do Canal Norte do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, em Salgueiro, consumiu R$ 2,2 milhões ao MIDR. E foi providência acertada e até surpreendente – não havia indício de que esse conserto estava sendo executado. Concluído o serviço, resta agora o restabelecimento do bombeamento das águas do rio São Francisco, as quais, no Ceará, têm como destino o açude Castanhão. 

A operação de bombeamento das estações elevatórias dos canais Leste e Norte do Projeto São Francisco tem um custo anual de R$ 300 milhões, algo que os beneficiados PE, PB, RN e CE deverão dividir entre si sob critérios ainda não estabelecidos, e esta é a dificuldade, pois os governos desses estados enfrentam dificuldades financeiras.

Agora, tratemos do Banco do Nordeste, que está, desde 29 de março, sob nova administração, que deu à instituição um ritmo de trabalho mais dinâmico. Esse dinamismo é consequência de decisão do seu presidente, o pernambucano Paulo Câmara, que transferiu para as superintendências estaduais boa parte do poder de decisão sobre os financiamentos a projetos dos diferentes setores da atividade econômica – indústria, agropecuária, comércio e serviço. 

Ainda há gargalos a superar, mas são consequência da ainda precária Tecnologia da Informação de que dispõe o BNB. Mas a presidência e toda a diretoria do banco estão comprometidas com a meta de, em no máximo dois anos, modernizar, pela digitalização, todos os seus processos burocráticos, incluindo, destacadamente, o do crédito.

O BNB é o agente operador do FNE, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, sua principal fonte de recursos, cujo orçamento beira os R$ 30 bilhões/ano. Todos os setores da economia do Ceará reclamam do BNB pela morosidade com que são analisados os pedidos de financiamento. Mas o presidente Paulo Câmara disse a esta coluna, há duas semanas, que essa morosidade vai mudar. 

Na verdade, já está mudando.