No futebol, sucesso do Fortaleza e do Ceará causa inveja

Esta coluna apurou que a Brisanet, maior empresa de telecom do Nordeste, patrocinadora dos dois grandes cearenses, negará apoio a qualquer tentativa de mudar o que vem dando certo no tricolor e no alvinegro.

Num passado não muito distante, o futebol era apenas um esporte que mobilizava – como ainda mobiliza – multidões apaixonadas. Tudo era feito de forma amadorística. Mas uma tragédia mudou tudo.

No dia 15 de abril de 1989, na Inglaterra, quando estava prestes a começar o jogo do Liverpool com o Nottingham Forest pela Taça da Inglaterra, tudo aconteceu. 

Havia no estádio Hillsborough, em Sheffield, muitos mais torcedores do que a capacidade da praça esportiva. Resultado: 96 pessoas morreram pisoteadas; outras 700 ficaram feridas.

Essa catástrofe serviu para mudar o futebol inglês e mundial e, principalmente, os seus regulamentos e a sua gestão, que foram modernizados. 

Para começar aboliram-se os alambrados. Mas impuseram-se várias e duras leis, uma das quais manda prender e excluir para sempre de estádios esportivos quem ousa invadir um campo de futebol. O exemplo expandiu-se pelo mundo e chegou ao Brasil na Copa do Mundo de 2014 – as arenas de modelo Fifa foram construídas sem alambrados.
 
Na Inglaterra, tudo funciona conforme determina a lei: quem invade o campo é preso, vai à delegacia, abre-se um inquérito contra ele, e a Justiça costuma impedir para sempre seu acesso a um estádio.

Aqui no Brasil, um país comandado não pelas leis, mas pelo interesse das corporações, tenta-se copiar o modelo inglês, mas sem êxito. Os clubes tentam funcionar como empresas, atraindo o interesse de patrocinadores, que geralmente são grandes empresas, mas os casos de sucessos contam-se nos dedos.

Aqui, na geografia cearense, o Fortaleza Esporte Clube e o Ceará Sporting têm sido constantemente elogiados pela grande mídia como exemplos de boa gestão, de que é exemplo o pagamento em dia dos seus funcionários, incluindo a comissão técnica e os jogadores. Ora, pagar em dia aos seus empregados é obrigação número um de uma organização empresarial. 

O problema da gestão de um clube de futebol, como o Ceará e o Fortaleza, que estão na Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, começa, pois, com o cumprimento de um dos princípios da economia: deve gastar-se apenas o que se arrecada. Isto parece fácil, mas é muito difícil por causa da carência de bons patrocinadores e, ainda, das consequências da pandemia da Covid-19 que manteve todo mundo em casa durante mais de um ano.
 
Não obstante tanta dificuldade, o Fortaleza e o Ceará registram progressos na gestão de suas graves responsabilidades, a maior e mais urgente das quais tem sido a de manter em dia o pagamento do seu quadro de colaboradores, desde a cozinheira à mais reluzente estrela do clube. Isto é produto de boa administração.

Mas as atuais e exitosas gestões do Fortaleza e do Ceará levantam, na oposição interna, o pecado capital da inveja. 

Por este motivo, surgiram, nos dois clubes, correntes – todas minoritárias, o que deve ser logo lembrado – que desejam, agora, assumir o comando dos dois clubes, mas de olho no orçamento que eles terão, em 2022, se conseguirem uma vaga na Taça Libertadores da América, o que não é tão difícil.

Imaginem: se o Fortaleza conquistar uma das vagas para a Libertadores, seu orçamento financeiro, só com a renda desse torneio, poderá saltar para R$ 120 milhões.
  
Felizmente, pelo menos no tricolor do Pici, sua apaixonada torcida e seus abnegados conselheiros, que, juntos, ajudaram a tirar o time da Série C, fizeram-no campeão brasileira da Série B e o levaram ao que é hoje – 6º colocado da Série A – estão em condição confortável para rejeitar e sepultar qualquer tentativa da minúscula oposição.

No Ceará, também há uma oposição, que, igualmente minoritária, tenta sem possibilidade de êxito afastar o atual comando administrativo do clube. 

E a Brisanet, maior empresa de telecom do Nordeste e uma das maiores do país, que patrocina alvinegros e tricolores, acompanha com interesse essas arengas. Certamente, a Brisanet, dirigida por um empresário de visão, negará apoio a qualquer tentativa de substituir o que vem dando certo.

AS PERSPECTIVAS DA EMBRAER PARA 2040

A Embraer publicou suas Perspectivas de Mercado para entregas de aeronaves comerciais até 2040. O relatório foi apresentado em uma coletiva de imprensa durante o Dubai Air Show ontem, domingo, 14. 

A Perspectiva de Mercado identifica tendências que influenciarão a demanda por viagens aéreas e entregas de novos aviões a jato e turboélice de até 150 assentos nas próximas duas décadas. Os resultados são fornecidos para sete regiões do mundo. 

Os efeitos da pandemia global impactaram a recuperação do tráfego global, medido em receita por passageiro por quilômetro (RPK, na sigla em inglês), que de acordo com a previsão da Embraer deverá crescer 3,3% ao ano até 2040. O volume mundial de RPKs de 2019 deverá retornar em 2024. 

Três tendências principais estão definindo a demanda futura por viagens e aeronaves: Meio ambiente - as companhias aéreas irão adquirir frotas com maior eficiência de combustível; Digitalização - avanços na tecnologia, incluindo home office e videoconferência; Regionalização – relocalização para concentrar a produção e minimizar a interrupção da cadeia de fornecimento 

Segundo a Embraer, haverá demanda global por novas aeronaves de até 150 assentos num total de 10.900 unidades, sendo 8.640 jatos e 1.260 turboélices.