Ministro da Agricultura encerra visita à China com vitórias

Carlos Fávaro celebrou o fim do embargo à carne brasileira, cujas exportações estavam suspensas desde fevereiro. E anunciou que novos produtos poderão entrar na pauta comercial com a China

Terminou nesta quarta-feira, 29, a missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária, cujo titular, ministro Carlos Fávaro, participou hoje do “Seminário Econômico Brasil-China”, que teve a presença de autoridades governamentais e empresários dos dois países. 

Na abertura do evento, o ministro Fávaro celebrou os resultados da visita.

Em mensagem a esta coluna, o ministério informou que a primeira conquista da viagem iniciada no último dia 22 foi o anúncio do governo chinês de levantar o embargo às importações de carne bovina brasileira, que estavam suspensas desde fevereiro. 

O embargo foi suspenso pela China após 29 dias de negociação, com o cumprimento de todos os protocolos por parte do Brasil.

“Essa rapidez, não precarizando em hipótese alguma a qualidade e a segurança necessárias para a relação comercial, mostra a relação afetuosa e profícua entre os dois países. A última vez que aconteceu um caso desses, foram mais de 100 dias para o embargo ser levantado”, lembrou disse o ministro.

Carlos Fávaro também comemorou a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas brasileiras para exportar para a China, o que não ocorria desde 2019, além da retomada de duas plantas frigoríficas que estavam suspensas. 

“Temos hoje mais de 50 plantas frigoríficas cadastradas para serem avaliadas pelo governo chines. As oportunidades estão postas na mesa e tenho certeza de que teremos mais produtos comercializados com a China”, disse o ministro. 

Também houve avanços na negociação de outros produtos como algodão, milho, uva fresca, noz pecan, sorgo e gergelim.

Durante a visita à China, a delegação do Ministério da Agricultura  recebeu uma carta da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) reconhecendo a qualidade, a segurança e a credibilidade do sistema de defesa brasileiro. 

“Para nós foi um motivo de grande orgulho e fortalecimento da nossa parceria”, disse Fávaro, ressaltando que a carta será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra pauta da agenda do Mapa na China foi a sustentabilidade. O ministro lembrou que o Brasil tem grande potencial de crescimento da produção sustentável, mas ainda faltam investimentos nessa área. 

Segundo ele, o BNDES está formatando uma linha de crédito com taxas de juros equacionadas para aumentar a produção sustentável no Brasil.

Ao comemorar o cenário favorável para a ampliação das relações comerciais, Fávaro chamou a atenção dos empresários brasileiros em relação às taxas de juros praticadas no Brasil.

“A taxa de juros no Brasil está proibitiva. Temos inflação e gastos públicos controlados, estamos trabalhando por um novo marco fiscal e uma reforma tributária, portanto os juros básicos da economia a 13,75% são proibitivos para aumentar as nossas oportunidades. É frustrante abrir tantas oportunidades aqui na China e os empresários brasileiros não conseguirem pegar investimentos com juros dessa forma”, concluiu o ministro.