Hidrogênio: Holandeses e cearenses criarão corredor Pecém-Roterdã

No Fórum Internacional do Hidrogênio Verde, executivos de Roterdã e Pecém alinharam suas estratégias para a produção e transporte do H2V. E mais: 1) Marquise e Normatel entregam hospital; 2) A CSP na vida de São Gonçalo do Amarante.

Se já eram sócios, os cearenses do Complexo do Pecém e os holandeses do Porto de Roterdã estão desde ontem compromissados, publicamente, com a construção do que chamaram de “corredor Pecém-Roterdã” pelo qual será transportado, provavelmente em forma de amônia, grande parte da produção do Hidrogênio Verde que, se tudo der certo, começará a ser industrializado no Ceará a partir de 2025, como deseja a australiana Fortscue, que está na liderança das providências para tornar realidade o projeto do Hub do H2V no Ceará.

Esse compromisso foi assumido por Randolf Waterings, Mônica Swason e Wouter Demenint, altos executivos do Porto de Roterdã, e Duna Uribe, diretora Comercial da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), em cuja diretoria representa os interesses da Autoridade Portuária de Roterdã.

Watering é gerente do Programa de Eletrólise; Swason é gerente do Programa de Importação de H2V; e Demenint é gerente de Negócios do Porto de Roterdã.
 
Eles e a cearense Duna Uribe, todos falando em inglês, debateram sobre o papel e a importância do Porto de Roterdã no projeto mundial de produção, transporte, armazenamento e comercialização do Hidrogênio Verde.

Tudo isso aconteceu das 10 às 11 horas de ontem, quinta-feira, no segundo e último dia do Fórum Internacional do Hidrogênio Verde, promovido pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).

 O evento, realizado de forma presencial e remota, foi transmitido pela internet e visto não só no Brasil, mas em pelo menos 15 países os vários continentes.

Quem, de forma presencial, acompanhou a conversa dos altos executivos de Roterdã e Pecém assistiu a uma aula prática, ilustrada com vários gráficos e informações, do que vai acontecer a partir do momento em que começar a produção em escala do H2V.
 
O Porto de Roterdã receberá, só ele, 20 milhões das 60 milhões de toneladas de Hidrogênio Verde a serem produzidas em várias partes do globo, inclusive em Pecém, no Ceará.

Foi apresentado um mapa mundial com os pontos, pintados de verde, que deverão produzir H2V. 

Na Austrália, há três pontos verdes no mapa. No Brasil, apenas um ponto esmeraldino: Pecém, onde grandes empresas de energia, petróleo e gás, pretendem instalar unidades de produção, para o que celebraram Protocolos de Intenção com o Governo do Ceará.

Os holandeses iniciaram o debate, revelando, pela voz de Wouter Demintin, que o Plano Estratégico de Roterdã para o seu Hub de H2V prevê, até 2030, a descarbonização de todas as indústrias instaladas e em operação dentro de sua área geográfica (entre elas, há cinco refinarias de petróleo).

No Porto de Roterdã, funcionam três mil empresas, que empregam hoje 385 mil pessoas. 

Demintin também informou que já foram iniciadas as instalações para receber a produção holandesa de Hidrogênio Verde, mas ressaltou que 90% do H2V a ser movimentado em Roterdã serão importados de várias partes do mundo.
 
Mônica Swanson disse que 13% do consumo de Hidrogênio Verde dos países da União Europeia passarão pelo Porto de Roterdã. Ela fez uma revelação que surpreendeu. Swanson disse: 

As embarcações que entrarão e sairão de Roterdã terão de consumir novos combustíveis. A Maersk (gigante dos mares, uma das maiores companhias de navegação do mundo) já fez encomendas de navios movidos a etanol, adaptando sua frota ao programa mundial de descarbonização, ou seja, já iniciando a estratégia de abandonar o uso de combustíveis fósseis.

Duna Uribe interveio e – depois de dizer que no Pecém está em execução uma série de providências para tornar realidade o projeto de instalação de um Hub de Hidrogênio Verde, em parceria com o Governo do Estado, a Universidade e a Fiec –  perguntou aos seus colegas de Roterdã:

“Quais os pontos críticos que deveremos enfrentar no trabalho de implantação desse Hub?”

O primeiro a responder foi Watering:

“Haverá dois pontos importantes: O primeiro é a escolha das parcerias, pois um empreendimento desse porte não poderá ser executado sozinho. Aqui em Roterdã, temos buscado boas parcerias, e temos tido êxito. O segundo ponto é a perfeita conexão com as empresas, tendo foco na infraestrutura, que é e será parte fundamental do projeto”, disse ele, que acrescentou:

“Pecém é um ótimo local para a produção e a exportação (do Hidrogênio Verde). Nós aqui (em Roterdã) não temos espaço para produzir, o que não é problema para vocês aí (em Pecém). Tudo isso contribuirá para que Pecém possa produzir Hidrogênio Verde a um preço muito competitivo”.

Mônica Swanson falou em seguida para acrescentar:

“Vocês aí no Pecém poderão produzir H2V pelo menor preço possível”.

No final, despedindo-se dos seus colegas holandeses com os quais conviveu durante os vários anos em que trabalhou como alta executiva do Porto de Roterdã, Duna Uribe – cearense de Jaguaribe – reportou-se ao compromisso a que se referiu esta coluna no início deste texto:

“Já estamos trabalhando para criar o corredor Pecém-Roterdã”, concluiu ela. 
 
MARQUISE E NORMATEL ENTREGAM HOSPITAL REGIONAL

Inaugurado ontem, 25, o Hospital Regional do Vale do Jaguaribe, localizado em Limoeiro do Norte, foi construído pelo consórcio integrado pelas empresas Marquise Infraestrutura e Normatel Engenharia.

O equipamento tem quase 30 mil m² de área construída e é equipado com 241 leitos, oito centros cirúrgicos e completo centro de diagnóstico por imagem.
 
O hospital fará atendimento de Emergência e Urgência, com foco em casos de alta complexidade e dará suporte aos hospitais de cidades da região jaguaribana, beneficiando uma população estimada em 370 mil pessoas.

“É mais uma obra de muita relevância de cuja construção participamos orgulhosamente. Numa época tão difícil como esta, em que todo o mundo pede saúde e proteção hospitalar, poder entregar à população da Região do Jaguaribe um equipamento com esta qualidade, que foi construído com o que há de mais moderno, é motivo de muita satisfação” diz Renan Carvalho, diretor da Marquise Infraestrutura.

SÃO GONÇALO DO AMARANTE CELEBRA ANIVERSÁRIO

Hoje é dia de festa no município de São Gonçalo do Amarante, que celebra 153 anos de autonomia política.

Sua história pode ser dividida entre antes e depois da implantação e operação da usina siderúrgica da CSP, que já investiu R$ 40 milhões em programas de responsabilidade social.
 
Tem mais: 69% de produtos e serviços adquiridos pela CSP são oriundos de empresas localizadas em São Gonçalo do Amarante.
De 2012 a 2020, houve um crescimento de 625% da contribuição da CSP na arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS).

CUIDADO COM A BLACK FRAUDE

Para começar, black friday (sexta-feira negra) é, do ponto de vista do politicamente correto, uma expressão racista. 

Mas o politicamente correto é também uma fraude ideológica.

Depois, é só prestar bem atenção, os preços, nesta data promocional do varejo, são reduzidos depois de, dias antes, terem sido majorados em até 40% (pesquisem os preços de antes da black friday).