Empresários cearenses envolvem-se na eleição presidencial

Empresariado da indústria, da agropecuária, do comércio e dos serviços está empenhado em conquistar apoio para os seus candidatos. Alguns empresários trabalham para reverter votos.

Faltam menos de duas semanas para o segundo turno da eleição presidencial do próximo dia 30. Para ele estão voltadas todas as atenções dos empresários cearenses da indústria, da agropecuária e do comércio e serviços. 

Cada um dos empresários que esta coluna ouviu ontem deixou bem claro que, até o dia da eleição, “não falo e nem me preocupo com outra coisa”. Eles coincidiram numa declaração – a de que estão mesmo, pessoalmente, empenhadas em obter votos para os seus candidatos. 

É assim que, nos países democráticos, agem os que produzem e trabalham – cada um tem seu candidato preferido, e por ele e por sua causa lança-se em busca de catequizar e convencer o eleitor. 

“Não é fácil reverter voto, mas estamos tentando”, disse um industrial da construção civil. “Estou fazendo o que posso e já tive alguns êxitos”, afirmou outro, do comércio varejista. “O que mais me encanta é que todos querem votar, e isto é a essência do regime democrático, que se renova e se consolida por meio do voto”, filosofou o dono de um shopping center. “As mulheres são mais duras na abordagem”, revela um agropecuarista que, no sertão, trabalha pelo seu candidato, visitando fazendas, sítios e povoados.

Nunca uma eleição presidencial prendeu tanto a atenção da população brasileira como a deste 2022, que, outra vez, se decidirá no segundo turno da votação. 

Infelizmente, o debate eleitoral – que se desejava em torno de projetos e ideias acerca da economia, do desenvolvimento científico e tecnológico, da educação, da saúde, do saneamento, da segurança pública – ficou restrito à troca de acusações, à propagação de denúncias, à divulgação do que, em inglês, se chama “fake news” (notícias falsas). 

Mesmo nos debates pela televisão, e ontem houve mais um, a prioridade não são os graves problemas nacionais que estão a exigir imediata solução do governo, mas o claro desejo de abespinhar o adversário. 

Um dia, porém, a política e os políticos brasileiros alcançarão a maturidade que os levará a entender que, para além das paixões ideológicas, há uma população a que devem respeito e obediência.