Na próxima sexta-feira, 21, o presidente Lula viajará para Lisboa, onde desembarcará no dia 22 para cumprir, até o dia 25, uma agenda que está sendo chamada de “cimeira luso-brasileira”.
Mas, antes de viajar, Lula enfrenta problemas com os líderes políticos portugueses, que se dividiram-se em relação às suas declarações, segundo as quais a guerra na Ucrânia se prolonga por culpa dos Estados Unidos e da União Europeia.
As declarações de Lula foram feitas ontem, domingo, em entrevista concedida à imprensa, no encerramento de sua visita a Abu Dubai, nos Emirados Árabes.
Segundo o “Jornal de Negócios”, de Lisboa, Paulo Rangel, presidente do PSD, partido de oposição, quer que o governo socialista português, liderado pelo primeiro-ministro Antônio Costra, adote uma “posição pública e formal” que o afaste das declarações do presidente do Brasil, segundo diz na sua edição desta segunda-feira o “Jornal de Negócios”.
De acordo com o mesmo jornal, o partido Iniciativa Liberal foi mais duro na crítica. Seu líder Rui Rocha disse que a Assembleia da República (o Parlamento lusitano) “não pode receber um aliado de Putin, como Lula, no dia 25 de abril” (data que celebra a Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura de Oliveira Salazar).
Da programação a ser cumprida por Lula em Lisboa, consta uma visita ao Parlamento português, em cujo plenário elepronunciará um discurso.
Mas a posição do presidente brasileiro está sendo defendida por líderes do Partido Socialista, que está no poder em Portugal.
Ainda segundo o “Jornal de Negócios”, a vice-presidente da bancada parlamentar do PS, Jamila Madeira, entende que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem procurado fomentar "a busca pela paz" na Ucrânia, tal como o chefe de Estado francês, salientando não ter ouvido o PSD pedir uma demarcação de Emmanuel Macron”.
Compondo esse cenário político está a visita que hoje faz o ministro das Relações Exteriores da Rússia ao Brasil.
O chanceler russo terá reunião no Itamaraty com o seu colega brasileiro Mauro Vieira, com quem tratará das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países e, principalmente, sobre a posição brasileira referente ao conflito na Ucrânia.