Brasileira Unigel dispensa Memorando e anuncia fábrica de H2V

Gigante do setor químico, a empresa, localizada na Bahia, contratou a Thyssenkrupp Nucera, que lhe fornecerá os eletrolisadores, e a Casa dos Ventos, que lhe dará energia renovável. Simples, assim.

Na Bahia, a Unigel, maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do Brasil, dispensou Memorando de Entendimento com o governo do estado e foi direto ao ponto: contratou a alemã Thiyssenkrupp Nucera que lhe fornecerá não só a tecnologia da eletrólise, mas todos os equipamentos para a implantação da primeira unidade industrial de produção de Hidrogênio Verde no Brasil.

E mais: celebrou contrato com a Casa dos Ventos, do empresário cearense Mário Araripe, que produzirá a energia – renovável e limpa – necessária para a produção do H2V. O investimento estimado da Unigel será de R$ US$ 120 milhões (R$ 650 milhões no câmbio de ontem). 

A Thyssenkrupp é a líder mundial em eletrólise.

Localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, a fábrica de H2V da Unigel, em sua primeira fase, terá capacidade de produção de 10 mil toneladas/ano de Hidrogênio Verde e de 60 mil toneladas/ano de Amônia Verde. 

Na segunda fase do projeto, prevista para entrar em operação até 2025, a Companhia quadruplicará a produção de Hidrogênio e de Amônia.

Em comunicado distribuído à imprensa e enviado, também, a esta coluna, a Unigel informou que a fabricação de Hidrogênio e Amônia verdes já é um desdobramento de outras ações que a empresa tem feito, como a parceria com a Casa dos Ventos – uma das maiores geradoras de energia renovável do país – para produção e entrega de energia eólica, envolvendo investimento superior a R$ 1 bilhão. 

“A Unigel está focada em investimentos que permitam a descarbonização de suas operações e, também, contribuindo com soluções para a indústria”, diz Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel.

O empreendimento gerará cerca de 500 empregos diretos.

Para a primeira fase do projeto, a Unigel adquiriu da Thyssenkrupp três eletrolisadores com potência total de 60 MW de energia. São esses eletrolisadores que separarão as moléculas da água, que é formada de oxigênio e de hidrogênio. 

Paulo Alvarenga, CEO da Thissenkrupp para a América Latina, disse: 

“O projeto da Unigel é o primeiro do gênero no Brasil e reforça o pioneirismo e empreendedorismo dessa que é uma das maiores empresas químicas do País. Ficamos muitos orgulhosos e honrados por firmar essa nova parceria e compartilhar a experiência e a capacidade de fornecimento inigualável que adquirimos ao longo de seis décadas desenvolvendo nossa tecnologia de eletrólise”.

UMA BOA NOTÍCIA: A INFLAÇÃO DESABOU

Saiu ontem o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês de julho. Ele desabou de 0,67% em junho para 0,13% neste mês, índice abaixo do 0,16% estimado pelos operadores do mercado, que erraram de novo. Foi a maior queda da inflação nos últimos dois anos.

Houve uma deflação de 1,15% nos preços administrados (energia, combustíveis, transporte público). A queda não foi maior porque os preços do setor de serviços (transporte, educação, alimentação, telecomunicações, saúde, beleza, advocacia, tecnologia da informação) subiram 0,84%.

O maior aumento registrado pelo IPCA foi o do leite longa vida, que subiu 22,27% de junho para julho. 

As apostas do mercado indicam que, ao longo deste segundo semestre, as taxas de inflação continuarão reduzidas. 

O IPCA, que é o índice oficial da inflação brasileira, está neste ano, em 5,79%. Anualizada, ou seja, de julho do ano passado até julho este ano, ela está em 11,39%. 

Economistas dos principais bancos do país estimam que a inflação deste 2022 fechará entre 7,5% e 8%.  

Como, por causa da polarização da política, o debate técnico sobre os temas da economia está, do ponto de vista ideológico, enviesado, é difícil encontrar, hoje, opiniões equilibradas, sensatas, sobre os fatos econômicos. Para toda informação sobre queda da inflação, a redução do índice do desemprego e o aumento da atividade, há um “porém” que leva o brasileiro a um ponto de interrogação sobre o que realmente está certo ou errado. 

Assim, vale comemorar a nova queda da inflação.

UM CEARENSE NA FENACON

Um cearense – Daniel Coêlho – tomará posse no próximo dia 5 de agosto da presidência da (respire!) Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), que tem sede em Brasília.

Nos 31 anos de vida da Fenacon, Daniel Coêlho será o segundo cearense a assumir o comando da entidade. Daniel já foi presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Ceará, braço da Fenacon neste estado.   

A Fenacon abriga cerca de 400 mil empresas dos diversos segmentos do setor de serviços. Ela representa 63 segmentos profissionais que atuam com importação, crédito, engenharia, previdência, cobrança, recursos humanos, câmaras de indústria, comércio e serviços, imóveis, bolsas de valores e cooperativas. 

Resumindo: presidir a Fenacon não é para qualquer um.