Ontem, quinta-feira, 8, foi um dia muito ruim para a Bolsa de Valores brasileira B3. Ela caiu 2,23%, descendo para 107.200 pontos, o seu menor nível desde agosto deste ano. O dólar, por sua vez, aumentou 0,30%, fechando o dia cotado a R$ 5,21.
A causa desse baque da Bolsa B3 foram as notícias produzidas aqui mesmo no Brasil. A primeira delas veio do comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que, nas entrelinhas, deixou claro que as incertezas fiscais do futuro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderão levar a uma tomada de decisão que resultará no aumento da taxa de juros Selic, que hoje está em 13,75%.
Para o mercado, a montanha de dinheiro que a PEC da Transição liberará fora do teto de gastos poderá tirar do controle as contas públicas, com repercussão imediata na inflação, no aumento da dívida e, naturalmente, na taxa de juros. E os juros futuros já subiram.
Outra notícia que impactou o mercado foi a da reunião que Fernando Haddad teve ontem com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Esse fato fez crescer a hipótese de vir a ser mesmo Haddad o futuro ministro da Fazenda. É um nome que não agrada aos mercados, e isto ajudou a derrubar a Bolsa de Valores no dia de ontem.
Hoje, o presidente eleito Lula dará entrevista coletiva para anunciar os primeiros nomes do seu ministério, e o de Fernando Haddad deverá estar entre eles. Hoje, dia de jogo da seleção brasileira, a B3 funcionará a meia bomba, mas com certeza repercutirá o anúncio dos ministros de Lula.
O que também mexeu com a Bolsa ontem foi a informação de que o preço do petróleo caiu de novo. O do tipo Brent, negociado em Londres e importado pela Petrobras, desceu para US$ 76,31 por barril, o que causou uma desvalorização de 2,25% nas ações da Petrobras, cujos acionistas mostram preocupação com o que o futuro governo reserva para a maior estatal do país.
Na contramão, as ações da Vale subiram 1,23% com a notícia de que o preço do minério de ferro subiu 4,11% na China, para onde a empresa mineradora brasileira exporta a maior parte do que produz.