Águas do São Francisco abastecerão Juazeiro e Barbalha

A Cagece já elabora projeto para abastecer as duas cidades do Cariri cearense. E a SRH projeta uma adutora para levar água do S. Francisco para Campos Sales e Salitre. E mais: 1) A inflação avança; 2) O desafio do Banco Central; 3) Lei para bioinsumos

Boa novidade: a Cagece está desenvolvendo um projeto para que, dentro de um ano e meio, ou menos, as cidades de Juazeiro do Norte e Barbalha passem a ser abastecidas com águas do rio São Francisco. 

Esta informação foi transmitida à coluna pelo secretário de Recursos Hídricos do Governo do Ceará, engenheiro Francisco Teixeira.
 
Ele anunciou, ainda, outra boa novidade: sua Secretaria desenvolve o projeto de uma adutora de cerca de 150 quilômetros de extensão que, partindo do Km 145 do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), na altura de Nova Olinda, levará água do São Francisco para várias cidades do extremo Sul e Sudoeste do Estado, incluindo Campos Sales e Salitre.

Teixeira disse que as águas do Canal Norte do Projeto São Francisco estão, hoje, sendo levadas direta e exclusivamente para o Estado da Paraíba, onde estão sendo testados o próprio canal e as barragens de acumulação que foram construídas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Isso prosseguirá até o próximo mês de janeiro.

Neste momento de estiagem no semiárido do Nordeste Setentrional, não é aconselhável - nem tecnicamente correto - transferir águas do São Francisco para o açude Castanhão.
 
O correto será que essa transferência aconteça somente a partir de janeiro, quando se iniciará a estação de chuvas e quando o leite seco dos rios pelos quais as águas deslizarão até o destino final estará bem úmido, com mínimas perdas por infiltração e evaporação.

Há desafios a serem superados, e o secretário Francisco Teixeira cita três deles: 

A modicidade tarifária, ainda em estudos no Ministério do Desenvolvimento Regional;
 
A flexibilidade da outorga de água (os 26 m³ hoje outorgados são insuficientes para atender à demanda dos canais Norte e Leste do Projeto São Francisco), o que depende da Agência Nacional de Águas (ANA);
 
E a instalação de mais duas bombas em cada uma das três Estações Elevatórias do Canal Norte, com o que o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte estariam bem atendidos com volume igual de água.

O Projeto São Francisco é o maior empreendimento em execução pelo Governo Federal na área dos recursos hídricos no País. 
Imaginado no tempo do Império, ele começou a ser construído em 2007 e ainda não está concluído: faltam ser feitos os ramais do Apodi, no Rio Grande do Norte, já licitado, e do Salgado, no Ceará, que aguarda a licitação. 

Como há falta de dinheiro, sua conclusão ainda demorará.

AVANÇA A INFLAÇÃO 

Seguem subindo os preços das mercadorias. 

Havia 30 dias, quando este colunista saiu em férias, o litro do leite não passava de R$ 5. 

Ontem, de volta à realidade, um susto: o litro do leite longa vida passou dos R$ 6.

Igual ao preço da gasolina, que se aproxima dos R$ 7.
 
Neste ano, a inflação fechará acima dos 10%. Péssima notícia!

UMA LEI PARA OS BIOINSUMOS

Ealaborado para regulamentar a produção de bioinsumos por produtores rurais em todo o país, o Projeto de Lei 658/21, de autoria do deputado Zé Vitor (PSL-MG), foi tema de audiência pública conjunta das Comissões de Meio Ambiente (CMADS) e de Agricultura (CAPADR) na Câmara dos Deputados.

Os bioinsumos são produtos, processos ou tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana que interferem positivamente no crescimento, desenvolvimento e no mecanismo de resposta das plantas. 

O PL pretende regulamentar a produção desses bioinsumos, inclusive quando feita pelos produtores rurais dentro de suas fazendas. O objetivo é regular a atividade, que hoje não possui um marco legal.

O DESAFIO DO BANCO CENTRAL

Opinião do economista cearense José Maria Porto, um requisitado consultor empresarial:

“O Banco Central do Brasil terá um grande desafio nos próximos meses, o de mais uma vez fazer mágica com a política monetária e com o controle da inflação, hoje longe da meta e já alcançando dois dígitos nos últimos 12 meses. 

“A economia está toda indexada, é só observar os aluguéis, empréstimos e financiamentos.
 
“Até mesmo os bancos de desenvolvimento estão financiando com taxas pós-fixadas, TLP (IPCA + 3,54% ao ano), Selic ou fator de juros que em sua composição tem o IPCA. Sem contar os custos financeiros. 

“Em suma, o custo do dinheiro, além de mais caro volta a inviabilizar novos investimentos e pela indexação dificultar o planejamento financeiro da operação.”