Agora, todo cuidado será pouco com o cheque especial

O correntista que tiver R$ 5 mil no cheque especial só terá isenção até R$ 500,00. Os R$ 4.500,00 excedentes estarão sujeitos à cobrança. Neste caso, o consumidor pagará R$ 11,25 por mês

As novas resoluções do Banco Central autorizam que os bancos cobrem pelo limite de crédito disponibilizado no cheque especial e também reduzam os juros da modalidade, que poderão ser de no máximo 8% ao mês (próximo de 150% ao ano).  

Do cliente que tiver limite do cheque especial acima de R$500,00, o banco cobrará a tarifa de 0,25%.  

As regras já valem para contas correntes abertas desde o último 6 deste mês de janeiro.  

Para quem já tinha cheque especial, a cobrança ocorrerá a partir de 1º de junho.  

Na opinião da educadora financeira, Carol Stange, mesmo com as novas regras de cobrança do limite do cheque especial, seu uso ainda é muito caro.  

“A nova regra não faz com que o cheque especial entre no rol das opções possíveis de crédito. A redução da taxa de juros mensal para 8% significa, ainda assim, 151% de juros ao ano, e os bancos terão direito de cobrar também uma tarifa por disponibilizarem limites acima de R$ 500,00, ou seja, o correntista está sujeito a uma cobrança adicional mesmo que não use o limite do cheque especial”, alerta Carol Stange, que é uma espeialista em educação financeira.   

Por sua vez, Caio Fernandez, CEO da IVEST Consultoria de Investimentos e também consultor de investimentos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), explica que muitas pessoas utilizam o crédito disponível no cheque especial como um valor de emergência mesmo com um custo altíssimo.  

Dr acordo com ele, “essa reserva de emergência deve ser acumulada mês a mês, dentro da capacidade financeira de cada pessoa e aplicada em investimentos conservadores que permitam o saque rápido em momentos de urgência”.  

Enfim – acrescenta Frnandez - o simples hábito de poupar precisa fazer parte da saúde financeira dos brasileiros independentemente de sua renda.  

Resumindo: todo cuidado será pouco com o uso do cheque especial. 

A seguir, algumas dicas dos dois consultores sobre o uso do cheque especial em tempos de cobrança de taxas:  

  • Fique atento, pois, mesmo que o banco afirme que são 10 dias sem juros pelo uso do cheque especial, o que nem sempre chega ao conhecimento do correntista é que, ao ultrapassar essa carência, os juros cobrados serão do período total, desde o primeiro dia de uso do limite.  

  • Se você tem um limite de crédito superior a R$500,00 e não quer ser taxado, precisa contatar seu banco para checar se haverá isenção ou para pedir a redução do valor do crédito disponível.  

  • Peça o protocolo dessa solicitação para que você possa cobrar a posição do banco depois e não seja surpreendido com débitos na sua conta corrente.  

  • O correntista que tiver R$ 5 mil no cheque especial só terá isenção até R$ 500,00. Os R$ 4.500,00 excedentes estarão sujeitos à cobrança. Neste caso, o consumidor pagará R$ 11,25 por mês. Pode parecer pouco, mas sugerimos fazer as contas com base nesse valor ao longo de um ou até 10 anos.