A inflação e os preços aumentam

Para os que ainda não têm ideia do tamanho da encrenca na qual a economia brasileira mergulhou de uns dois meses para cá: ontem, no Paraná, estado rico, produtor e exportador de proteína animal (bovino, suíno, frango, peixe e leite) e também de grãos que alimentam seus rebanhos, os produtores viram-se defrontados e assustados com a disparada dos preços, nunca vista antes. Há um mês, o preço da saca de 60 quilos de soja custava R$ 80, e todos os paranaenses mostravam-se felizes.

Ontem, esse preço saltou para R$ 165. A saca do milho, que em agosto custava R$ 30, foi vendida por mais de R$ 80. São a soja e o milho os principais alimentos dos animais cuja carne o Brasil comercializa no mercado interno e exporta, em grandes quantidades, para mais de 60 países. São commodities precificadas em dólar cuja cotação segue, em alta velocidade, na direção dos R$ 7.

Apertem o cinto porque o avião da nossa economia entrou em zona de turbulência - com dólar nas alturas, e tendo em vista que os insumos da cadeia produtiva da proteína animal são dolarizados, a tendência é de que subam ainda mais os preços das carnes, dos ovos e do leite e seus derivados. Pergunta: como o assalariado enfrentará o custo de vida em elevação, se, por causa da pandemia da Covid-19, seu salário foi reduzido (menos o do servidor público), assim como também baixou à metade o auxílio emergencial pago ao trabalhador informal?

Há solução para a crise, mas, como esta coluna já opinou, ela depende da vontade política dos senadores e deputados de acelerarem a tramitação e aprovação das reformas de que o País precisa, entre elas a tributária e a administrativa. Resumindo: a bola está com o Congresso Nacional, que, porém, se mantém em recesso branco por causa da campanha das eleições municipais do próximo novembro. Restará pouco tempo para que o Parlamento livre o brasileiro que trabalha e produz de uma crise gravíssima.

Agro na Unifor

Deram-se as mãos a Unifor e a Agropaulo Agroindustrial, empresa do Grupo Telles, cujo sócio majoritário e CEO é o empresário Everardo Telles. Fruto dessa parceria, a Unifor acaba de lançar o Curso de Especialização em Agronegócio - na verdade, um MBA. É inédita no Ceará e que chega na hora certa. As aulas começarão no próximo mês de novembro e se encerrarão em abril de 2022. Algumas áreas do setor primário da economia cearense - como a fruticultura, a carcinicultura e a pecuária - operam hoje com tecnologia de ponta. A cotonicultura e a triticultura, por sua vez, estão dando os seus primeiros passos nessa direção.

Boa notícia! Administradora do Aeroporto Internacional de Fortaleza, a alemã Fraport lançou a marca VOU, com a qual assinará um shopping que reunirá restaurantes, lojas e serviços naquele terminal. A Fraport espera que a Covid passe logo e que o espaço VOU se transforme em ponto de encontro para compras e bons jantares.

Má notícia! Uma informação que preocupa: 51% da indústria cearense sofrem com a falta de mão de obra qualificada. Isto impacta diretamente não só a produtividade, mas também a competitividade das empresas, como atesta o Observatório da Indústria da Fiec, que fez o estudo com a CNI. No ano de 2013, esse porcentual era de 61%.



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