A economia mergulha na maior recessão

Está a economia brasileira vivendo a sua maior e mais profunda recessão. Ela penetrou em um túnel cuja travessia pode durar todo este ano. Por enquanto, não há o menor sinal de luz à frente - a escuridão é completa. O que há são números assustadores. O Orçamento Geral da União (OGU), que, em janeiro, indicava um déficit de R$ 125 bilhões, deve fechar este exercício com um rombo de R$ 700 bilhões, segundo estima o próprio secretário do Tesouro Nacional, o economista cearense Mansueto Almeida. Esse déficit leva a dívida pública para R$ 4,16 trilhões, de acordo com a mesma fonte, e seria facilmente financiável se estivesse normal a situação política do País. Mas não é isto o que acontece neste momento. Há o risco de uma crise institucional, o que pode acontecer nesta semana.

O Poder Executivo - pela voz e pelas atitudes do seu chefe, o presidente da República - duela aberta e perigosamente com o Judiciário, alguns de cujos ministros parecem decididos a esticar a corda, também. O Poder Legislativo, por iniciativa do presidente do Senado, tenta minimizar as divergências, mas até agora sem êxito. Na raiz da crise está visível a questão ideológica - de um lado a direita radical e seu discurso liberal na economia e conservador nos costumes; do outro lado, estão todas as outras correntes do pensamento, incluindo a dos que aproveitam a oportunidade para aparecer. Isto tudo faz sofrer quem trabalha e produz, pois se alarga - como consequência do isolamento social que levou ao fechamento das atividades econômicas - o número de empresas falidas ou em processo de falência e o de trabalhadores desempregados. Tem mais: o trabalho informal praticamente acabou. A população que vive na extrema pobreza está sendo dobrada, e logo triplicará.

Mas há a boa notícia: hoje, no Ceará, reabrem - sob severo protocolo de segurança sanitária - alguns setores da economia. Se tudo der certo - e se as estatísticas da Covid-19 seguirem em curva descendente na Grande Fortaleza - a próxima semana trará notícias ainda melhores do que esta.

Exportação

Maior carcinicultor do País, o empresário cearense Cristiano Maia elogia o trabalho da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que segue abrindo novos mercados para os disputados produtos do agronegócio brasileiro, entre os quais está o camarão. Cristiano Maia confirma que sua fazenda Potiporã está finalizando o processo de habilitação junto ao Ministério da Agricultura para reiniciar suas exportações de camarão. Mercados-alvo: Europa e EUA, para onde já vendeu muito.

Hotéis

Régis Medeiros foi reeleito presidente do capítulo cearense da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira. Ele é sócio e diretor do Hotel Villa Mayor. Seu vice é Darlan Teixeira Leite, dono dos hotéis Coliseum Beach Resort e Parque das Fontes. A hotelaria vive uma crise.

Verde

Boa notícia: a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que a bandeira tarifária verde será mantida até o fim deste ano. Resumindo: a conta de luz não subirá em 2020. Que bom!

Franquias

Por 8 votos a 2, o Supremo Tribunal Federal julgou como constitucional a incidência de ISS sobre os contratos de franquia. O ministro Gilmar Mendes, relator da ação, considerou que os contratos de franquia envolvem a "obrigação de dar e de fazer", ou seja, são aqueles que envolvem não só a venda e a entrega de um produto, mas a prestação de um serviço, que demandou esforço humano. Os franqueados não gostaram.

Móveis

Informa a Osterno Móveis, grande empresa cearense da indústria moveleira: incentivado pelo câmbio, ela está pronta para retomar suas exportações para os EUA, México, República Dominicana e Porto Rico. A ideia é voltar ao início dos anos 2000, quando a Osterno exportava até 14 contêineres de móveis por mês. Osterno Júnior, sócio e diretor da empresa, revela que os importadores preferem fazer negócios com os cearenses do que com os asiáticos.

Barulho

Está no ar uma campanha da Febraban - Federação Brasileira dos Bancos - que divulga s boas iniciativas já feitas para ajudar o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Mas o que interessa ao micro, pequeno, médio e grande empreendedor é a oferta de crédito, e esta os bancos têm negado, temendo um calote - que é justificável até certo ponto. O Banco Central liberou uma montanha de recursos do empréstimo compulsório, mas esse dinheiro, que deveria estar sendo emprestado a quem produz, segue entesourado. É a reclamação que fazem cearenses, baianos, gaúchos e amazonenses.

Tensão

Com tudo o que vem acontecendo no País - do isolamento social, que causa brigas em família, às manifestações de rua que jogam gasolina na fogueira da crise política - só podia haver mesmo uma consequência de ordem psicológica: cresce a venda de ansiolíticos.