Rogério Ceni, Fortaleza e o dever de valorizar quem busca o bom futebol

São poucos times no Brasil que se propõem a jogar sem abrir mão de seus conceitos. O Fortaleza é um deles

Legenda: Rogério Ceni completou 120 jogos no comando do Fortaleza
Foto: Foto: Thiago Gadelha / SVM

Mesmo com a eliminação, a vitória do Fortaleza por 2 a 1 sobre o Independiente orgulhou os torcedores tricolores. E não é pra menos. O sentimento vem em forma de reconhecimento pela atuação, que foi em alto nível e uma das melhores nos 120 jogos de Rogério Ceni no comando da equipe.

O próprio treinador definiu como uma “aula de futebol”. Fato é que o Tricolor foi indiscutivelmente superior nos 180 minutos. E mesmo não passando de fase, deixa uma reflexão importante.

Devemos reconhecer quem valoriza e busca a prática do bom futebol.

Em um futebol brasileiro recheado de times burocráticos, com poucas ideias, que jogam mais com medo de perder que vontade de ganhar, buscando sempre o resultadismo, ver o Tricolor atuar tem sido um bom exercício para quem aprecia o futebol bem jogado.

Isso tem sido algo escasso no cenário nacional.

O Fortaleza de Rogério Ceni é propositivo. Busca imposição sem esperar pelo oponente.

Um time bem treinado, com ideias, conceitos bem definidos, uma identidade sólida, que joga para atacar e buscar sempre o gol. A ofensividade está no DNA dessa equipe.

Mesmo com dificuldades e algumas limitações, seja jogando em casa ou fora, consegue impor um modelo de jogo com estratégia inteligente que poucos clubes no Brasil conseguem. E alguns até com elencos mais robustos.

A verdade é que são poucos times no País que se propõem a jogar desta forma sem abrir mão de seus conceitos. Menor ainda é a quantidade dos que conseguem fazê-lo.

Afinal, não é fácil construir. Atacar é geralmente mais difícil que defender. Requer mais criatividade, articulação e organização.

Ofensividade. Protagonismo. Conceitos. Organização. Padrão. Identidade. Variações. Encaixes. Coletivo. Individualidades. Comando. Ideias. Tudo isso o Fortaleza tem.

E é, sim, preciso reconhecer e valorizar o Fortaleza de Rogério Ceni.