Análise: Fortaleza dominou o Ceará e venceu com méritos o Clássico-Rei da 'coroação' de Vojvoda

Tricolor avançou às oitavas de final da Copa do Brasil com autoridade

Se restava ainda algum torcedor do Fortaleza mais cauteloso que esperava (mais) demonstrações sólidas do trabalho do técnico Juan Pablo Vojvoda, creio que não existe mais. A vitória por 3 a 0 sobre o Ceará, no inédito Clássico-Rei pela Copa do Brasil, na noite da última quinta-feira (10), foi daquelas partidas que entram para a história. O jogo marcou a 'coroação' perfeita do técnico argentino no aniversário de um mês de clube.

Em nove partidas, o treinador segue invicto. Mas o trabalho vai muito além de ótimos números. As excelentes atuações e a maneira que o time se porta em campo é que mais chamam atenção. Ofensividade, intensidade, busca por finalizações, uma equipe criativa, protagonista, inteligente e estrategista. O que foi prometido, até aqui, tem sido correspondido dentro das quatro linhas.

O Fortaleza dominou o Ceará do início ao fim. Foi superior o jogo inteiro, tomou o controle das ações e construiu a vantagem sem grandes dificuldades, com méritos e imposição, se aproveitando também de um rival convalescido. O Ceará foi apático, desconcentrado e desmoronou após tomar o primeiro gol, marcado por Felipe. O erro de Charles, que proporcionou o segundo, marcado por David, foi outra demonstração disso.

Vojvoda dá também um recado claro e importante: o futebol deve ser analisado por funções e não posições. A escalação teve, de origem: 1 zagueiro, 2 laterais-direitos, 3 volantes, 2 meias e 2 atacantes. E o time sobrou em campo, sempre organizado.

Destaques

Coletivamente forte, o Fortaleza foi bem como um todo. David grande nome do jogo, com dois gols. Mas três jogadores merecem destaque especial. O primeiro é Ederson. Que jogador. O volante foi excelente e manteve a regularidade em alto nível.

Ao lado dele, o personagem que abriu o caminho para a vitória leonina e é o dono do meio de campo do Fortaleza há várias temporadas seguidas. Felipe, mesmo contestado por alguns, é um gigante e cresce ainda mais em clássicos. Assim como Tinga, que se reinventou com Vojvoda e está jogando demais.

Titi e Crispim foram outros que apareceram de forma muito positiva.

Consequências

O Clássico-Rei não termina no apito final. É o típico de jogo que reverbera bastante e traz consequências. Ao Fortaleza, as melhores possíveis: aumento de confiança, continuidade do ótimo momento e muita motivação para seguir no caminho positivo.

Ao Ceará, as piores: o gosto amargo de uma derrota dolorida, mais um resultado frustrante em pouco tempo e pressão ao técnico Guto Ferreira, que se vê ameaçado no cargo.