A vitória por 2 a 1 sobre o CRB, na noite desta quarta-feira (22), que garantiu a vaga às quartas de final da Copa do Nordeste, foi a melhor atuação do Ceará no retorno após a paralisação dos jogos. Não que tenha sido uma atuação brilhante, mas foi convincente. A goleada por 5 a 0 sobre o Barbalha não serve muito como parâmetro. A vitória sobre o CRB, sim.
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O Alvinegro controlou o jogo e foi superior na maior parte do tempo, com posse de bola e alguns aspectos importantes, sobretudo mais imposição física, intensidade e maior velocidade.
Isso foi possível por conta das entradas de Rick e Fernando Sobral, nas pontas, que auxiliaram bastante também fechando espaços pelo meio e pelos lados. O Ceará até atuou em um esquema um pouco diferente do que o torcedor está acostumado.
Vina teve maior liberdade, flutuando por trás de Cléber, que também não precisou voltar tanto assim, garantindo a profundidade que o time precisa. O centroavante, por sinal, fez uma boa estreia. Para primeiro jogo, atuação bastante aceitável. Se movimentou, sofreu o pênalti (que Ricardinho perdeu), buscou jogo (embora a bola tenha chegado pouco), fez pivô e mostrou que pode crescer ainda mais.
Vina também foi bem. Não somente pelo gol, mas porque não bateu cabeça com ninguém e provou que rende melhor atuando sozinho no meio de campo, e não precisando dividir espaço com Felipe Silva ou Lima. Um dos jogadores mais talentosos do elenco precisa ter suas qualidades potencializadas, e foi isso que aconteceu.
Volto a Rick e Fernando Sobral. Os dois fizeram papel tático bem importante, sobretudo na recomposição. Somente assim foi possível dar mais liberdade aos dois homens de frente.
Acontece que Rick e Sobral carregam muita desconfiança. Pelo nome? Por um ser da base e outro não ter "grife"? Por serem pouco badalados? Talvez. Mas é certo que, no momento, merecem titularidade.
Sobre Fernando Sobral, complemento: ele atuou em 8 jogos esse ano. O Ceará venceu todos. 100% de aproveitamento com ele em campo. Ele ganhou sozinho? Óbvio que não. Ainda comete erros técnicos e de tomadas de decisão? Sim. Mas dá sustentação para que o time possa funcionar de uma outra forma, mais equilibrada.
É preciso enxergar o jogo de forma mais ampla, não somente com a bola no pé. E taticamente e fisicamente, Sobral é bastante importante.
Para finalizar, não pode passar em branco mais uma atuação espetacular de Charles. É o dono do meio de campo. Marca, desarma, se posiciona bem, não se esconde do jogo, inicia a armação de jogadas e parece que tá em toda parte do campo. Joga muita bola.
A Guto Ferreira, ficou também uma lição: o elenco do Ceará tem alternativas. Tem outras peças que merecem mais oportunidades, como o volante Marthã e os atacantes Léo Chú e Jacaré, por exemplo.
Só será possível saber se terão condições de ajudar se jogarem. É preciso testar outras opções para não ficar preso à mesmice de sempre.
O caminho é por aí.