A pandemia do novo coronavírus colocou em xeque todo o planejamento de Ceará e Fortaleza para 2020. Para além do aspecto financeiro, afetado com a paralisação dos jogos, a perspectiva de manutenção dos elenco também sofre impacto no cenário de incertezas.
E o imbróglio inicial não se trata de questão salarial, mas tempo de contrato. Juntos, Vovô e Leão somam 37 jogadores com vínculos que se encerram em dezembro. O alto número é fruto de uma estratégia recorrente: fechar ou renovar com atletas por uma temporada.
No contexto de partidas suspensas e aperto do calendário, se torna um risco pelas indefinições do novo prazo de competições, principalmente se tratando de Série A do Brasileiro. Na CBF, o debate sobre expansão do torneio para 2021 existe.
“Há uma possibilidade de adaptarmos o calendário para que haja ajustes e o período do final do ano pode ser aproveitado. Não descartamos a possibilidade de algumas datas em janeiro serem aproveitadas. É um conjunto de fatores, cuja equação final ainda não está estabelecida", revelou Walter Feldman, secretário-geral da CBF.
Mesmo que não seja prioridade na conjuntura de escassez de receitas, os representantes cearenses devem se atentar para a consolidação dos times. Assim, a chance de perder peças do plantel no fim do Brasileirão é diminuta, principalmente com a maratona de jogos.
No caso do Fortaleza, o principal ponto envolve o sistema defensivo. Dos cinco zagueiros disponíveis ao técnico Rogério Ceni, apenas Quintero excede 2020, com contrato até 2022. Os demais encerram até dezembro: Jackson, Roger Carvalho, João Paulo e Paulão.
No total, são 19 nomes com oito meses de contrato restante. O índice é menor no Ceará, 18, mesmo com plantel mais robusto: 35 contra 32. A ida ao mercado também ajudou no processo do Vovô. Dois recém-chegados e pilares da equipe titular, o goleiro Fernando Prass e o atacante Rafael Sobis, encerram contrato em dezembro.
Para reduzir o prejuízo dos clubes, a Fifa sugeriu a expansão dos contratos dos atletas até o fim do principal torneio nacional disputado pela equipe. As cláusulas trabalhistas são discutidas por um comitê antes da aprovação.
O objetivo é resguardar o emprego dos atletas e reduzir possíveis dívidas dos times com a renovação. A entidade ainda avalia uma mudança no regulamento de transferências e o acréscimo no número de substituições de três para cinco.
Ceará (18)
Fortaleza (19)