Independiente: saiba como joga o rival do Fortaleza na Copa Sul-Americana

Time é considerado um gigante no continente pelos sete títulos da Libertadores

Legenda: Campeão da Sul-Americana em 2017, o Independiente tem um elenco estimado em R$ 290 milhões
Foto: Foto: divulgação

As cicatrizes serão eternas para o Independiente-ARG, rival na estreia do Fortaleza na Sul-Americana de 2020. No último domingo (9), o clube perdeu para o Racing por 1 a 0, com dois jogadores a mais em campo, no que está sendo tratado como a "derrota mais humilhante da história do Clássico de Avellaneda". Sim, o impacto fez o Rojo afundar em crise e até colocar em xeque o treinador Lucas Pusineri.

O cenário é o pior possível para a equipe argentina. Segundo o capitão Silvio Romero, estão todos "dilacerados". Mas o contexto não diminui o peso do time denominado 'Rei de Copas', maior campeão da história da Sula (2) e da Libertadores (7).

O fato é que o trabalho está em construção, com grandes desafios, e que o duelo com o Racing não reflete o sistema do plantel. Em quatro compromissos, o Independiente empatou com o Boca Juniors (1x1), goleou o Rosário Central (5x0) e perdeu para River Plate (2x1), além do duelo com o Racing.

A pressão existe pelo investimento: campeão da Sul-Americana em 2017, o Independiente tem um elenco estimado em 61,75 milhões de euros (R$ 290 mi). A equipe, no entanto, atravessa uma grave crise financeira, tem dívidas tributárias com a FIFA e ocupa apenas a 15ª posição do Campeonato Argentino, com 43,8% de aproveitamento. Listamos cinco pontos principais para entender o sistema de jogo dos "Diabos":

Formação definida (4-4-2)

Lucas Pusineri não participou da montagem do elenco, mas sofreu uma baixa importante desde que chegou. Pablo Pérez, principal volante do clube, rescindiu contrato e migrou para o Newell’s Old Boys. A escolha pelo sistema fixo com duas linhas de marcação foi pela ausência do atleta. Assim, é importante ressaltar que o 4-4-2 é a opção de defesa diante de um time de velocistas com vocação ofensiva. Com a bola, o Independiente se transforma no 3-4-3, com liberdade para os laterais e um volante entre os zagueiros. Foi assim em todos os jogos desde que o técnico assumiu. A escalação titular é: Campaña; Fabricio Bustos, Alan Franco, Alexander Barboza e Sánchez Miño; Braian Romero, Domingo Blanco, Lucas Romero e Cecilio Domínguez; Leandro Fernández e Silvio Romero.

Força pelos lados

A movimentação ofensiva do Independiente tem um objetivo principal: construir espaços nas laterais para permitir o cruzamento. Tudo porque Silvio Romero é um centroavante nato, grande finalizador e com 11 gols em 16 partidas pelo Campeonato Argentino - vice-artilheiro do torneio. Assim, os laterais são incentivados a chegar no extremo do campo, enquanto os pontas entram na área para finalizar. Diante do Rosário Central, por exemplo, o time marcou quatro dos cinco gols explorando o setor da esquerda de Fabricio Bustos, justamente o mais forte do ataque. Veja os gols:

Transição rápida 

Em casa, no Libertadores de América, o Rojo não gosta de ter a posse. O objetivo é ganhar espaço rapidamente, apesar do lançamento ser evitado. Assim, os zagueiros são instruídos a armar desde a defesa com passes por dentro. A depender da marcação adversária, o meia Cecilio Domínguez se posiciona entrelinha para facilitar a saída e já ligar o ataque com velocidade, principal característica do time. 

Exposição defensiva

Nos últimos quatro jogos, o Independiente teve atletas expulsos em três. Ao todo, foram quatro jogadores com vermelho. O panorama é o de um time que tem grande porte físico e não abdica das faltas para frear a chegada ao gol. O ponto falho na estrutura é quando contra-atacado pelas laterais, justamente nas costas dos pontos. O lateral esquerdo Sánchez Miño, um camisa 10 adaptado na função, é o ponto mais vulnerável na marcação. Exposto, os três defensores ficam acuados e exigem que o goleiro Campaña se posicione como líbero em campo.

Força na bola parada

A bola parada é uma grande arma argentina. O atacante Fernandez é especialista em cobranças de falta da intermediária, assim como Cecilio Domínguez. O time sempre busca a finalização nas cobranças, e nos escanteios costuma levantar a bola na área. O alvo é o zagueiro Alexander Barboza, de 1,93m de altura, que tem o cabeceio como principal atributo. No vídeo, quando ainda atuava pelo Defensa y Justicia, o atleta de 24 anos se mostra fazendo gols e realizando assistências. 

Destaques individuais

Foto: Foto: divulgação / Independiente

ATA - Silvio Romero
Jogos: 16 
Gols: 11 (líder do clube)
Tempo para fazer um gol: 120 min (líder do clube)
Finalizações por jogo: 1,4
Média de toques: 26,9
Impedimento: 0,6
Dribles bem sucedidos: 57%

Foto: Foto: divulgação / Independiente

MEI - Cecilio Domínguez
Jogos: 19
Gols: 2
Assistências: 2 (líder do clube)
Chutes: 28 (líder do clube)
Eficiência dos Passes: 78% (líder do clube)
Eficiência de bolas longas: 48%
Média de toques: 35,7

Foto: Foto:reprodução

LAT - Bustos
Jogos: 18
Média de toques: 66 (líder do clube)
Eficiência dos Passes: 75%
Divididas ganhas: 60%
Desarmes por jogo: 2,3
Duelos aéreos ganhos: 63%
Cartões Amarelos: 3

Foto: Foto: divulgação / Independiente

ZAG - Barboza
Jogos: 8
Média de toques: 51
Eficiência dos Passes: 74%
Eficiência de bolas longas: 41%
Cortes por jogo: 3,8
Duelos aéreos ganhos: 77% (líder do clube)
Cartões Amarelos: 5

Foto: Foto: divulgação / Independiente

GOL - Martín Campaña 
Jogos: 19
Gols sofridos: 22
Partidas sem levar gol: 6
Percentual de defesas: 66% (líder do clube)
Média de toques: 32
Eficiência dos passes na defesa: 82%
Eficiência dos lançamentos: 55%