Fortaleza aposta em experiência do elenco contra o Independiente

Delegação que viajou para a Argentina pela Sul-Americana, na quinta (13), tem nomes com bagagem internacional e até títulos

Legenda: Parte do elenco tricolor já participou de torneios fora do Brasil, como Felipe Alves e Quintero
Foto: Foto: Camila Lima / SVM

O jogo é inédito: o primeiro oficial de um clube cearense fora do Brasil. Quando entrar em campo na quinta-feira (13), às 21h30, contra o Independiente, o Fortaleza vai romper barreiras e se tornar ainda mais internacional. Em que pese o tamanho do rival, conhecido como ‘Rei de Copas’, a história do Leão também é escrita por quem o compõe, no caso, atletas experientes e o técnico Rogério Ceni.

Dos 30 atletas inscritos pelo clube cearense na competição, 18 acumulam passagem ou participação em um torneio oficial no exterior, ou seja, 60% do elenco. O número poderia ser maior, mas a comissão técnica concedeu oportunidade para cinco jovens da base leonina: o goleiro Kennedy, o volante Geilson, os meias Wendew e Miguel, além do atacante Gustavo Coutinho.

No escopo específico da Sul-Americana, o Leão tem até campeões. Em 2018, por exemplo, o goleiro Felipe Alves e o centroavante Ederson estavam na delegação do Athletico/PR que levou a taça continental. Dádiva também alcançada por Osvaldo, peça-chave no título do São Paulo em 2012.

O interesse daquela edição, no entanto, é a presença de Rogério Ceni no gol tricolor. A Sula foi a última conquista do ex-goleiro como atleta profissional. Na bagagem, o atual comandante do Fortaleza tem ainda Mundial de Clubes, Campeonatos Brasileiros e Libertadores, só que há ressalva quanto a encarar times argentinos fora de casa.

Legenda: Osvaldo, Lucas e Rogério Ceni comemoram título da Sul-Americana de 2012
Foto: Foto: reprodução

"Para mim é uma situação mais costumeira. Só de Libertadores fiz 90 jogos, e são 120 se incluirmos a Copa Sul-Americana. A gente sabe que são jogos diferentes, comportamento diferente, porque os times argentinos são mais próximos com os europeus, no Brasil estamos mais distante. Taticamente (os argentinos) são evoluídos, o Independiente, que temos acompanhado há mais tempo, é muito intenso, então acho que vai elevar o nível de jogo”, explicou Ceni.

A atmosfera então deve ser transpassada aos demais do plantel. Em ascensão desde 2019, a defesa tricolor chega em Avellaneda com grande bagagem no cenário latino-americano, principalmente com os zagueiros remanescentes.

O colombiano Quintero, atual capitão leonino, já jogou na Sul-Americana e construiu carreira no país de origem. O mesmo se aplica ao companheiro Jackson, que disputou o torneio por Goiás e Bahia.

Dentre as opções, há ainda o zagueiro Paulão, de 33 anos. Com 10 clubes na carreira, o baiano soma 15 partidas além da fronteira e inclui até Libertadores por Vasco da Gama e Internacional. O defensor ressaltou que o time, pela desempenho na temporada, está preparado para encarar o rival.

"O Independiente é uma equipe muito tradicional, com dois títulos de Sul-Americana, o último bem recente, em 2017. Vamos respeitá-los sim, mas também vamos tentar impor o nosso jogo e trazer um bom resultado para decidir dentro de casa. Fizemos uma ótima temporada ano passado e lutamos muito para nos classificarmos para a competição, vamos fazer de tudo para ter uma boa estreia", afirmou o jogador.

A exceção no setor fica com João Paulo, de 22 anos. Recém-chegado, o zagueiro nunca atuou em competições continentais, mas acumula passagem pelo futebol português, para além do retrospecto por times paulistas.

Rodagem diferente

Com regulamento similar ao da Libertadores e organização chancelada pela Conmebol, a Copa Sul-Americana volta a ser realidade para uma parte do elenco. Apesar da menor minutagem em campo, o lateral esquerdo Carlinhos, o volante Derley, e os atacantes David e Romarinho retomam a disputa da competição.

E se o torneio é apenas um capítulo na carreira dos atletas, uma parcela do elenco acumula experiência internacional em outros cenários. Na lateral direita, Tinga já foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-23, em 2015, para participar dos Jogos Pan-Americanos realizados no Canadá.

O grupo contempla também o volante Nenê Bonilha, destaque no futebol de Portugal, e o meia argentino Mariano Vázquez, que passou até pela base do Independiente, além de times colombianos.

Já no rol dos mais vitoriosos, é preciso lembrar do goleiro Marcelo Boek, do volante Michel e do atacante Wellington Paulista. Os dois primeiros venceram a Libertadores e participaram do Mundial de Clubes, enquanto o camisa 9 nunca venceu um título internacional, mas participou tanto de Libertadores como Sul-Americana.

Lista dos estreantes em torneio no exterior

GOL: Max Walef e Kennedy

LAT: Gabriel Dias e Bruno Melo

VOL: Juninho, Felipe e Geilson

MEI: Marlon, Wendew e Miguel

ATA: Edson Cariús e Gustavo Coutinho